30/07/2013 11h53 - Atualizado em 30/07/2013 16h41

Inundação por rompimento de adutora mata criança e fere 13 no Rio

Escola em Campo Grande virou ponto de abrigo para moradores.
Adutora da Cedae se rompeu na Estrada do Mendanha nesta terça.

Alba Valéria Mendonça e Mariucha MachadoDo G1 Rio

O alagamento provocado pelo rompimento da adutora da Cedae deixou 13 feridos e matou a menina Isabela Severo dos Santos, de 3 anos, nesta terça-feira (30), em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros. Todos foram levados para o Hospital Rocha Faria. De acordo com a corporação, às 11h, seis pessoas já tinha sido atendidas e liberadas. Outras sete, incluindo duas crianças, continuavam internadas no hospital.

A Escola Casemiro de Abreu, em Campo Grande, virou ponto de abrigo para as famílias que perderam suas casas. Por volta das 11h, cerca de cinco horas após o acidente, o governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes chegaram ao local. O rompimento ocorreu por volta das 6h na altura do número 4.500 da Estrada do Mendanha. Casas e carros ficaram destruídos com a força da água, lançada em um jato que alcançou 20 metros, de acordo com Marcos Djalma, tenente do Corpo de Bombeiros. Até o começo desta tarde, não havia informação do que provocou o rompimento da adutora.

mapa_adutora_rio (30/7_14h) (Foto: Editoria de Arte / G1)

"Daremos total solidariedade e atenção às famílias. Eles viveram momentos de pânico, de terror. As equipes da secretaria estadual e da Prefeitura estão prontas para acolhê-los. Ninguém vai ficar sem residência. As pessoas desabrigadas serão hospedadas em hotéis da região por conta da Cedae. Os eletrodomésticos perdidos também serão pagos pela Cedae. A Secretaria de Desenvolvimento Social está pronta para dar apoio. Nenhuma perda material se compara a uma vida. Tudo será apurado pela Cedae e por peritos externos para saber a causa do acidente", disse Cabral.

Acordei ao escutar um barulho muito forte no telhado. Em seguida, as paredes começaram a se destruir. A gente estava no segundo andar e a força da água arrastou a gente para o outro lado da rua. Nós paramos em frente à casa do vizinho"
Agilson da Silva Serpa, mecânico

70 desalojados
Diversas residências foram alagadas, com a água chegando a 2 metros de altura em alguns pontos, de acordo com moradores. Muitas pessoas ficaram ilhadas. Segundo o secretário de Defesa Civil do município, Márcio Motta, pelo menos três quarteirões foram isolados.

Ao todo, segundo a Defesa Civil municipal, a inundação deixou 70 desalojados e 72 desabrigados. Dezessete casas desabaram. Segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 200 casas foram afetadas e entre 15 a 20 destruídas. Foram acionados 90 militares de quatro quartéis para o local.

'Acordamos com as paredes caindo'
"Estava dormindo e acordei ao escutar um barulho muito forte no telhado. Em seguida, as paredes começaram a se destruir. A gente estava no segundo andar e a força da água arrastou a gente para o outro lado da rua. Nós paramos em frente à casa do vizinho", disse o mecânico Agilson da Silva Serpa, que sofreu um ferimento no joelho.

A dona de casa Juliana Lemos conseguiu socorrer os quatro filhos. "Meus filhos estão bem, estavam todos dormindo. Acordamos com as paredes caindo. Eu só tive um ferimento no pé", afirmou ela, que foi atendida na ambulância do Corpo de Bombeiros.

Carros e ambulâncias dos quartéis de Campo Grande e Santa Cruz estão no local. Um bote salva-vidas ajuda no resgate de moradores. Equipes da Defesa Civil municipal e agentes da Polícia Militar também foram enviados.

Em entrevista à GloboNews, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, disse que a corporação vai avaliar os danos causados pela água.

"Nosso trabalho tem sido para retirar pessoas de dentro de casa em razão da grande extensão do alagamento. Estamos trabalhando em conjunto com o Departamento de Engenharia da Defesa Civil da cidade para fazer as avaliações e as extensões dos danos causados nas casas que foram destruídas ou danificadas", explicou Simões.

Interdiçãoe falta de luz
A Estrada do Mendanha foi interditada na altura da Rua Marcolino da Costa e o trânsito era desviado pela Estrada do Pedregoso. De acordo com a Light, empresa responsável pelo fornecimento de energia, após o rompimento da adutora a luz foi desligada por questões de segurança na região.

Técnicos da Cedae realizam manobras para evitar o desabastecimento na Zona Oeste e em outras regiões da cidade após o rompimento da adutora Henrique Novaes. No entanto, a concessionária faz um apelo para os moradores economizarem água.

O diretor de operações da Cedae, Jorge Briard, informou que a empresa vai ressarcir integralmente todos os moradores. Equipes de assistência social estão no local para realizar o cadastro dos desabrigados.

"A preocupação principal é o atendimento às pessoas. A Cedae já consegue redistribuir a água para outras adutoras para que não haja desabastecimento. O problema não é recorrente, não há estatística de vazamento de grande porte na adutora, isso foi um acidente pontual. Técnicos estão no local para recolher material e analisar o que provocou o rompimento", explicou Briard.

Interior de uma casa acumulou entulhos arrastados pela água após o vazamento de uma adutora na Estrada do Mendanha, em Campo Grande (Foto: Jadson Marques/Estadão Conteúdo)Interior de uma casa acumulou entulhos arrastados pela água (Foto: Jadson Marques/Estadão Conteúdo)
Adutora se rompeu em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio (Foto: Reprodução/TV Globo)Imagem mostra jato d'água formado com rompimento da adutora no Rio (Foto: Reprodução/TV Globo)
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