Por Patrícia Falcoski, SP2 — São Paulo


Fiscalização aponta problemas em contratos de obras do TJSP

Fiscalização aponta problemas em contratos de obras do TJSP

Uma fiscalização do Tribunal de Contas de São Paulo apontou um prejuízo de R$ 2,7 milhões em um projeto de arquitetura e engenharia encomendado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

O contrato analisado pelos fiscais do TCE envolve a Argeplan, empresa do João Batista Lima Filho, o Coronel Lima, e a Concremat, empresa de consultoria e engenharia. As duas instituições já estavam sendo investigadas por superfaturamento e serviços não executados.

A TV Globo teve acesso ao relatório do tribunal e, de acordo com o documento, a fiscalização descobriu seis irregularidades na execução de consultoria e assessoria para prédios e fóruns do Tribunal de Justiça na capital paulista e em todo estado.

As empresas Argeplan e Concremat venceram a licitação de R$ 94 milhões do TJ-SP em 2013 e ficaram responsáveis por prestar serviços de consultoria e estudos nas áreas de engenharia e arquitetura. O acordo terminou em janeiro de 2019 e já foi pago.

Outros casos

Esta não é a primeira vez que o Tribunal de Justiça de São Paulo se envolve em polêmicas envolvendo licitações. No dia 4 de setembro, a desembargadora Maria Lúcia Pizzotti conseguiu aprovação para suspender um projeto milionário para a construção de um novo prédio do Tribunal de Justiça de São Paulo no Centro.

O terreno onde se pretende construir o novo prédio está localizado entre as ruas Conde de Sarzedas, Conselheiro Furtado e Tabatinguera, no Centro. A ideia é reunir ali os gabinetes de todos os 360 desembargadores e dos juízes substitutos em segundo grau. A licitação do projeto executivo prevê valor máximo de R$ 25,3 milhões.

Já a Argeplan, em 2018, foi acusada pela Polícia Federal de servir, ao longo de 20 anos, como "intermediária dos pagamentos" de propina do setor portuário ao ex-presidente Michel Temer. Na conclusão do Inquérito, a Polícia Federal pediu a abertura de uma investigação para apurar esse contrato entre a Argeplan e o Tribunal de Justiça, por suspeita de superfaturamento.

Em nota, a Argeplan disse que as suspeitas de irregularidades sobre o contrato com o Tribunal de Justiça não procedem e que não existe qualquer fato que possa desabonar a conduta da Argeplan e do consórcio contratado.

A Concremat disse que ainda não foi notificada e que, por isso, não vai se manifestar.

O Tribunal de Justiça disse, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que a alegação de superfaturamento que consta do relatório do Tribunal de Contas não se sustenta. Também informou que não houve execução de serviços superiores ao contratado. Sobre o pedido da Polícia Federal para abrir inquérito e investigar o contrato, o Tribunal disse que não foi comunicado e que não vai se manifestar. Sobre a suspensão da licitação do projeto que vai custar R$ 25 milhões, o TJ esclareceu que o valor foi obtido por estudo técnico e de acordo com pesquisa de mercado.

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