Uma modalidade esportiva está fazendo o maior sucesso nas areias da praia do litoral de São Paulo durante o verão deste ano. Unindo a ginga do futebol, a técnica do vôlei e os movimentos da capoeira e da ginástica, tudo ao som de uma boa música, o 'Bossaball' invadiu as areias de Itanhaém e conquistou moradores e turistas. Uma grande arena do esporte, que tem pouco mais de 10 anos de existência, atrai curiosos e diverte pessoas de todas as idades.
O produtor musical belga Filip Eyckmans se inspirou na Bossa Nova, de Tom Jovem e Vinicius de Moraes, para criar o esporte em 2004. Aos poucos, o esporte foi se disseminando pelo mundo e hoje é praticado em vários países da Europa. No Brasil, porém, ainda é pouco difundido e acaba sendo mais conhecido quando as arenas são montadas nas praias durante o verão.
Thiago Campoi Abreu é atleta e representante do bossaball no Brasil. O professor de educação física conheceu o esporte por meio de um amigo e faz parte da seleção brasileira do esporte. A única quadra de bossaball fica em São Paulo, onde mora Thiago e, como a estrutura é desmontável, a equipe consegue armar o campo em qualquer lugar do país. Uma escola de inglês de Itanhaém trouxe o esporte para a cidade, especificamente, para a Praia do Centro.
O bossaball é um jogo entre duas equipes, com quatro ou cinco integrantes de cada lado, e é praticado sobre uma quadra inflável, com dois trampolins separados por uma rede. O campo poder ser instalado em diversos locais, tanto abertos quanto fechados. Já a bola é feita especificamente para esse esporte e é parecida com uma de vôlei, porém, maior e mais leve.
No jogo, cada um é responsável por uma posição. Não há rodízio como no vôlei.
“Na equipe, a gente pode dar cinco toques para passar para o outro lado, sendo que, pelo menos um toque tem que ser com qualquer outra parte do corpo que não seja as mãos. Dentro dos cinco toques, pelo menos um tem que ser com o pé. Se for todos com a mão é ponto para o adversário”, explica.
O jogador que está na cama elástica tem a responsabilidade de cortar a bola para o outro lado da quadra, já que os outros jogadores não conseguem saltar o bastante para levar a bola para a outro lado e marcar o ponto. As pontuações são variáveis, conforme a área em que a bola caiu na quadra oponente e a forma como o toque foi realizado.
A música é um item obrigatório para a prática do esporte. “A gente sempre joga com música. Uma por causa da bossa nova e outra porque o criador quis misturar com a música com o esporte. E fica até mais gostoso”, comenta Abreu.
Em um dia ensolarado, a quadra do bossaball fez parte do Sunset Festival, em Itanhaém, na Praia do Centro. Uma equipe de praticantes fez um jogo-exibição para orientar os presentes e explicar detalhadamente as regras. O jogo atraiu muitas pessoas que estavam no local, o que ajudou a divulgar o esporte.
“O pessoal conheceu como funciona o esporte. Tivemos uma recepção muito boa e o pessoal se divertiu. Na Europa, é bem divulgado. Tem alguns centros de treinamento e apoio do governo. Aqui, não temos um local de treino. Estamos divulgando para que o esporte tenha mais adeptos. O intuito é que o Brasil inteiro conheça. Estamos aumentando a divulgação nas redes sociais do Bossaball Brasil. O sonho dele, do criador, é que o bossaball seja enraizado no Brasil”, finaliza.