Por Vanderson Nascimento e Karine Simões, TV Bahia


Bahia tem aumento de mais de 650% nos casos de dengue e enfrenta falta de inseticida

Bahia tem aumento de mais de 650% nos casos de dengue e enfrenta falta de inseticida

A Bahia registra esse ano 56.556 casos suspeitos de dengue por todo o estado. O número representa um aumento de 657,8% em comparação a 2018. Apesar desse aumento, o fornecimento do inseticida usado contra o mosquito adulto foi suspenso desde março pelo Ministério da Saúde.

Com o repasse temporariamente pendente, a prefeitura de Salvador começou a racionar o produto. Desde maio, foram usados 24 litros por mês em média. Até a chegada da nova remessa, restam apenas 3 litros.

"Não só a Bahia, mas vários estados do país estão com dificuldade no abastecimento. Tem uma previsão de regularização até 4 de setembro, então está próximo", disse Marcelo Medrado, técnico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Por todo o estado, já foram confirmadas 29 mortes pelo mosquito da dengue. Outras 31 estão sendo investigadas.

Em Salvador, o bairro com maior índice de infestação de mosquito da dengue é Valéria, que tem índice de 9,9%. Outra localidade da capital baiana com alta infestação é Alto do Cabrito, com índice de 6,4%.

Fornecimento do inseticida para combate do mosquito está suspenso — Foto: Pixabay/Divulgação

O índice aceitável é de até 1%. Entre 1 e 3,9% o sinal é de alerta. Acima disso, o local é considerado de risco. Segundo a bióloga Cíntia Sacramento, a dengue é muito mais comum no verão. O número tão alto no inverno é um sinal de alerta.

"Provavelmente esses mosquitos estão se desenvolvendo e se adaptando ao clima mais frio. Então a gente tem que ter um cuidado redobrado", disse ela.

Enquanto a nova remessa do inseticida não chega, a prefeitura adota outras medidas para combater o mosquito, como exemplifica Ana Galvão, chefe de informação do Centro de Controle de Zoonose (CCZ).

"Ações conjuntas com outros órgãos em mutirões, conclamando a população para fazer esse controle junto com a gente e, além disso, existem outros produtos também. O agente de endemias, quando visita casa, ele não usa esse inseticida. Ele usa um larvicida, que é um liquidozinho que é colocado nas águas, nos reservatórios, e que mata a larva antes da larva virar um mosquito adulto", disse ela.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que já recebeu 105.600 litros de inseticida que estão passando por testes de qualidade, antes de serem encaminhados para os estados.

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