Edição do dia 11/01/2017

11/01/2017 09h26 - Atualizado em 11/01/2017 09h26

Principal estádio do Brasil, Maracanã está abandonado e é alvo de furtos

Governo do Rio encomendou estudo sobre um novo processo de licitação.
Reforma do estádio para a Copa do Mundo custou mais de R$ 1,3 bilhão.

A temporada do futebol vai começar este mês, mas o principal estádio do Brasil está sem condições de uso. A situação no Maracanã é de abandono. E, agora, o estádio, que foi usado na Copa do Mundo e na Olimpíada, está tendo equipamentos e materiais roubados.

Sem dono, sem lei. Esta é a história que ninguém imaginou contar do Maracanã, reformado para a Copa do Mundo de 2014 ao custo de mais de R$ 1,3 bilhão aos cofres públicos. Palco de grandes espetáculos. A Olimpíada do Rio começou e terminou no estádio.

Antes dos jogos, falava-se muito em legado olímpico. Mas agora, depois da olimpíada, são feitas as contas do que o maior patrimônio do esporte do Rio de Janeiro já perdeu. O gramado do Maracanã perdeu a cor. Faltam cadeiras nas arquibancadas, mas centenas delas estão largadas pelos cantos. Para onde se olha, a imagem é a do descaso.

E, desde terça-feira (10), o Maracanã é caso de polícia. Funcionários da empresa Sunset, responsável pela segurança do estádio, registraram, em boletim de ocorrência, o furto de duas televisões de LCD de 46 polegadas, de um pino de mangueira de incêndio em cobre e de dois bustos, também de cobre. Um deles, do jornalista Mário Filho, que dá nome ao Maracanã.

Não há imagens de circuito interno de TV, porque falta luz no estádio desde o dia 30 de dezembro. O Bom Dia Brasil precisou de poucos minutos em frente ao estádio para ver um homem saindo de lá com um saco cheio de cabos retirados de dentro do Maracanã. Pouco depois, ele foi preso pela polícia.

O estádio pertence ao governo do estado do Rio. Mas, em 2013, após uma licitação, a exploração comercial e a administração foram entregues por 35 anos ao consórcio Maracanã S/A. Em março de 2016, o consórcio cedeu o Maracanã ao Comitê Organizador Rio-2016 para Olimpíada e Paralimpíada. E, no momento da devolução, o Maracanã S/A não aceitou o estádio de volta. Avaliou que não estava na mesma condição em que foi cedido.

"A Rio 2016 precisa cumprir as suas obrigações e vai cumprir as obrigações, mas essas obrigações têm prioridade: a gente precisa pagar os fornecedores que ainda não foram pagos, a gente precisa reembolsar as pessoas de ingressos que a gente ainda não terminou de reembolsar, antes de poder contratar uma nova empresa para fazer um novo trabalho", afirmou o diretor de comunicação do rio 2016, Mário Andrada.

O consórcio Maracanã S/A, que é liderado pela construtora Odebrecht, não quer mais administrar o estádio. O governo do Rio encomendou estudo sobre um novo processo de licitação. O momento é alarmante e o futuro, incerto.

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