Edição do dia 14/02/2017

14/02/2017 21h27 - Atualizado em 14/02/2017 22h12

Celso de Mello, do STF, mantém nomeação de Moreira Franco

Como ministro da Secretaria Geral da Presidência ele tem foro privilegiado.
Nome de Moreira aparece em delação premiada da Lava Jato.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, decidiu manter a nomeação de Moreira Franco no cargo de ministro da Secretaria Geral da Presidência.

Era o que faltava para fazer valer a posse do dia 3 de fevereiro.

A nomeação de Moreira Franco como ministro da Secretaria Geral da Presidência foi suspensa por três liminares, que o governo conseguiu derrubar.

Mas o foro privilegiado ainda estava suspenso pelo Tribunal Regional Federal no Rio.

A decisão no Supremo, desta terça-feira (14), é resposta a dois pedidos de liminar feitos pelo Psol e pela Rede Sustentabilidade.

Os dois partidos alegaram que a nomeação de Moreira visava dar a ele foro privilegiado, uma vez que ele é citado em delação premiada na Lava Jato.

Na decisão de 25 páginas, o ministro Celso de Mello afirmou que “a nomeação de alguém para o cargo de ministro não configura, por si só, hipótese de desvio de finalidade, que jamais se presume”, e que “a prerrogativa de foro, que traduz consequência natural e necessária no cargo de ministro não importa em obstrução e muito menos em paralisação de investigação criminal ou de persecução penal”.

Celso de Mello disse que ser ministro não é ter imunidade porque não haverá "tratamento preferencial ou seletivo, uma vez que a prerrogativa de foro não confere qualquer privilégio de ordem pessoal".

E segundo o relator, ministro que é investigado no Supremo está sujeito às mesmas medidas de restrição, inclusive prisão.

Ainda cabe recurso e o mérito ainda vai a julgamento em plenário, mas a decisão desta terça se sobrepõe aos questionamentos em instâncias inferiores. Ou seja, Moreira Franco é ministro com foro privilegiado, só pode ser investigado com autorização do Supremo.

Moreira Franco recebeu a notícia com tranquilidade, mas preferiu não comentar.

Em 2016, o ministro Gilmar Mendes decidiu liminarmente suspender a nomeação do ex-presidente Lula como ministro no governo Dilma. Depois do impeachment, Gilmar determinou o arquivamento do processo. Mas a defesa de Lula recorreu e pediu que o Supremo reconhecesse a nomeação. E o mérito desse caso ainda não foi julgado no plenário.