Por TV Globo e G1 — Brasília


— Foto: Editoria de Arte/G1

O conteúdo das delações dos executivos e ex-executivos da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato está sob sigilo, mas a TV Globo conseguiu apurar nesta quarta-feira (15) com várias fontes a presença de novos nomes de políticos na lista de 83 pedidos de investigação que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta terça (14) ao Supremo Tribunal Federal.

Nesta terça, após Janot enviar os pedidos ao STF, a TV Globo já havia apurado alguns nomes. Ainda não se sabe quais são as suspeitas contra os citados nas delações.

Muitos desses políticos já foram citados na pré-delação do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que veio a público em dezembro do ano passado.

Até o momento, foram conhecidos 38 dos pelo menos 170 nomes mencionados por Janot. Entre eles, estão 2 ex-presidentes, 6 ministros, 5 governadores, 9 senadores, 5 deputados, além dos presidentes da Câmara e do Senado.

Veja quem são e o que disseram os políticos citados

A lista abaixo inclui os nomes revelados na terça (14) e também na quarta-feira (15):

Aloysio Nunes (PSDB-SP)

Ministro de Relações Exteriores. Ele requereu, na manhã de segunda-feira (13), por meio de seu advogado, o acesso ao conteúdo da delação da Odebrecht naquilo que poderia dizer lhe respeito. E não vai se pronunciar sobre suposta menção a seu nome até ter conhecimento do teor do documento.

Ministro Aloysio Nunes (PSDB-SP) — Foto: Pedro França/Agência Senado

Eliseu Padilha (PMDB-RS)

Ministro da Casa Civil. A assessoria do ministro informou que ele não vai se manifestar.

Ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS) — Foto: Pedro França/Agência Senado

Moreira Franco (PMDB-RJ)

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência. O ministro não vai se pronunciar.

Ministro Moreira Franco (PMDB-RJ) — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Gilberto Kassab (PSD-SP)

Ministro de Ciência e Tecnologia. "Defendo as investigações, mas devemos aguardar informações oficiais e ser cautelosos com afirmações de colaboradores, que não são provas. Os atos praticados em campanha foram realizados conforme a legislação."

Ministro Gilberto Kassab (PSD-SP) — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Bruno Araújo (PSDB-PE)

Ministro das Cidades. O ministro Bruno Araújo divulgou nota na qual informou que, com base na legislação eleitoral, solicitou doações a diversas empresas, incluindo a Odebrecht. "O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas", afirmou.

Ministro Bruno Araújo (PSDB-PE) — Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara

Marcos Pereira (PRB)

Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Disse que está à disposição das autoridades.

Ministro Marcos Pereira (PRB-RJ) — Foto: Fabio Pozzebom/Agência Brasil

Luiz Fernando Pezão (PMDB)

Governador do Rio. Disse que desconhece o conteúdo do teor do pedido de Janot.

Luiz Fernando Pezão, governador do Rio — Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo

Fernando Pimentel (PT)

Governador de Minas. Não quis se pronunciar.

Fernando Pimentel, governador de Minas — Foto: Ben Hider/Agência MG

Renan Filho (PMDB)

Governador de Alagoas. Disse que todas as doações foram dentro do que determina a legislação.

Renan Filho, governador de Alagoas — Foto: Antonio Augusto Limeira Mena Barreto Junior/Câmara dos Deputados

Beto Richa (PSDB)

Governador do Paraná. "Estou contratando um advogado para que possa ter acesso a esse processo e o conhecimento dos fatos nos quais eu fui citado. Da minha parte, eu desconheço o contexto que leva a inclusão do meu nome nessa lista da Procuradoria-Geral da República. Eu tô absolutamente tranquilo, confio plenamente na Justiça, e sou o maior interessado de que isso seja profundamente, detalhadamente, o mais rápido possível investigado. E acredito que assim como vários outros citados já tiveram seus processos arquivados, que o meu processo terá o mesmo destino", afirmou.

Beto Richa, governador do Paraná — Foto: J.F. Diorio/Estadão Conteúdo

Tião Viana (PT)

Governador do Acre. Negou que tenha se encontrado com qualquer representante da Odebrecht. O governador salientou ainda que nenhuma obra do estado foi feita com a construtora e que ele nunca teve qualquer interesse escuso ou legal com a empresa. "Nunca me reuni com o senhor Marcelo Odebrecht, com nenhum executivo da sua empresa, nem de qualquer outra envolvida na Operação Lava a Jato. Confio na Justiça, defenderei a minha honra com determinação e tomarei todas as medidas judiciais cabíveis contra os delatores da calúnia e os propagandistas da desonra. Indignado, mas de consciência tranquila, reafirmo: estou longe dessa podridão, essa podridão está longe de mim", completou."

Tião Viana, governador do Acre — Foto: Pedro França/Agência Senado

Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Presidente da Câmara. Não quis comentar.

Rodrigo Maia, presidente da Câmara — Foto: José Cruz/Agência Brasil

Eunício Oliveira (PMDB-CE)

Presidente do Senado. "O Senado Federal recebe com absoluta serenidade e confiança na Justiça o envio ao Supremo Tribunal Federal dos pedidos de investigação relacionados a alguns de seus integrantes. Pedidos de investigação não convertem investigados em réus e nem são sentenças proferidas. Há que se obedecer e respeitar o amplo direito de defesa, uma das mais sólidas pedras basilares do Estado Democrático. O Judiciário terá instrumentos de apuração, maturidade e firmeza para distinguir mentiras ou versões alternativas e a verdade dos fatos. Assessoria de Imprensa. Presidência do Senado Federal."

Eunício Oliveira (PMDB-CE) — Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Edison Lobão (PMDB-MA)

Senador. Por telefone, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado do senador Edison Lobão: “Como não sei do que se trata, estão soltando os nomes, mas sem dizer o contexto, até que a gente tenha acesso para saber em que contexto houve a citação ao nome do senador, a defesa não tem como se manifestar”.

Senador Edison Lobão (PMDB-MA) — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

José Serra (PSDB-SP)

Senador. A assessoria do senador José Serra informou que ele vai se manifestar tão logo os nomes da lista sejam confirmados pelo Supremo Tribunal Federal.

Senador José Serra (PSDB-SP) — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Aécio Neves (PSDB-MG)

Senador. A assessoria de Aécio Neves informou que o senador, na condição de presidente do PSDB, "buscou apoio para diversos candidatos, sempre dentro do que determina a legislação, o que ficará provado ao fim das investigações, que ele considera absolutamente salutares."

Aécio Neves (PSDB-MG), senador — Foto: Pedro França/Agência Senado

Romero Jucá (PMDB-RR)

Senador. O senador Romero Jucá disse que apoia todas as investigações da Operação Lava Jato e está "à disposição" para prestar as informações necessárias.

Senador Romero Jucá (PMDB-RR) — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Renan Calheiros (PMDB-AL)

Senador. Não quis se manifestar.

Senador Renan Calheiros (PMDB-AL) — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Lindbergh Farias (PT-RJ)

Senador. Disse que confia que a investigações irão esclarecer os fatos.

Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) — Foto: Jefferson Rudy-Agência Senado

Lídice da Mata (PSB-BA)

Senadora. "Tenho a consciência tranquila e a confiança de que tudo será esclarecido, porque os 33 anos de correção na minha vida pública falam por mim. É preciso a imediata quebra do sigilo para que não se fique à mercê de vazamentos seletivos."

Senadora Lídice da Mata (PSB-BA) — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Jorge Viana (PT-AC)

Senador. G1 ainda buscava contato com o senador até a última atualização desta reportagem.

Senador Jorge Viana (PT-AC) — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Marta Suplicy (PMDB-SP)

Senadora. G1 ainda buscava contato com a senadora até a última atualização desta reportagem.

Senadora Marta Suplicy — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

José Carlos Aleluia (DEM-BA)

Deputado federal. Disse que só recebeu doações legais.

Deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) — Foto: Ananda Borges/Câmara dos Deputados

Marco Maia (PT-RS)

Deputado federal. Disse que desconhece o teor das delações da Odebrecht.

Deputado Marco Maia (PT-RS) — Foto: José Cruz/Agência Brasil

Paes Landim (PTB-PI)

Deputado federal. Declarou que só recebeu doações legais.

Deputado Paes Landim (PTB-PI) — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Andres Sanchez (PT-SP)

Deputado federal. Disse que não há provas contra ele.

Deputado André Sanchez (PT-SP) — Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA)

Deputado federal. Não quis se manifestar.

Deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) — Foto: Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Ex-presidente da República. Segundo informou a assessoria, "o ex-presidente não vai comentar supostas delações que estão sob sigilo de justiça. Lula tem se defendido na justiça de todas as falsas acusações feitas contra ele".

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente — Foto: Leonardo Benassatto/Estadão Conteúdo

Dilma Rousseff (PT)

Ex-presidente da República. A assessoria de imprensa de Dilma divulgou a seguinte nota: "A propósito das notícias veiculadas nesta quarta-feira, 15 de março, sobre a suposta inclusão da ex-presidenta Dilma Rousseff na chamada 'lista de Janot', a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff informa: 1. Desde o início das investigações sobre a Operação Lava Jato, há quase três anos, nunca surgiram provas ou indícios contra o envolvimento direto de Dilma Rousseff em desvio de recursos públicos ou corrupção. 2. Suspeitas são sempre lançadas contra ela no terreno das ilações ou citações indiretas em conversas de terceiros. 3. As delações de empresários e executivos da Odebrecht estão cobertas pelo manto do sigilo judicial, mas, de maneira usual, os vazamentos seletivos continuam sendo praticados justamente por aqueles agentes públicos que deveriam zelar pela Justiça. 4. Dilma Rousseff defenderá sua honra e provará sua inocência na Justiça, mesmo sem saber sequer do que está sendo acusada desta vez."

Dilma Rousseff, ex-presidente — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Antonio Palocci (PT)

Ex-ministro da Casa Civil. O advogado de Antonio Palocci, José Roberto Batochio, afirmou que é preciso que se conheça o teor do pedido da PGR para qualquer manifestação. "Sem a ciência dos motivos que fundamentam o pedido, estaríamos a nos pronunciar sobre o desconhecido. Seria mera reprise que já é objeto de apuração? Seriam fatos novos? Ignora-se. Logo, impossível valorar uma abstração", disse.

Ex-ministro Antonio Palocci — Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

Guido Mantega (PT)

Ex-ministro da Fazenda. O G1 buscava contato até a última atualização desta reportagem.

Ex-ministro Guido Mantega — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Edinho Silva (PT-SP)

Prefeito de Araraquara e tesoureiro da Campanha de Dilma de 2014. Afirmou que todas as doações recebidas pela campanha foram legais.

Edinho Silva, prefeito de Araraquara — Foto: José Cruz/Agência Brasil

Sérgio Cabral (PMDB-RJ)

Ex-governador do Rio. A defesa informou que só se manifestará quando for comunicada.

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)

Ex-ministro da Secretaria de Governo na gestão Temer. Não se pronunciou.

Ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Paulo Skaf (PMDB)

Presidente da Fiesp e ex-candidato a governador de São Paulo. Disse que todas as doações recebidas na campanha de 2014 foram legais e aprovadas pela Justiça.

Paulo Skaf — Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Ex-presidente da Câmara. Defesa disse que as delações não têm sido amparadas em provas.

Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Duarte Nogueira (PSDB-SP)

Prefeito de Ribeirão Preto (SP). Disse ver com naturalidade e tranquilidade o pedido da PGR e acrescentou que as contas dele foram aprovadas.

Duarte Nogueira (PSDB), prefeito de Ribeirão — Foto: Adriano Oliveira/G1

Anderson Dornelles

Ex-assessor de Dilma Rousseff. Disse que nunca esteve em reunião na sede da Odebrecht, nunca solicitou ou recebeu ajuda financeira nem autorizou que outra pessoa fizesse isso em nome dele.

Anderson Dornelles, ex-assessor de Dilma — Foto: Epitácio Pessoa/AE

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