• Redação Marie Claire
Atualizado em
Menino autista que foi vítima de abuso sexual escreve carta para crianças que sofreram o mesmo trauma (Foto: Thinkstock)

Menino autista que foi vítima de abuso sexual escreve carta para crianças que sofreram o mesmo trauma (Foto: Thinkstock)

Um menino autista que sofreu violência sexual nas dependências da escola onde estudava escreveu uma carta emocionante para outras crianças que passaram pelo mesmo trauma. "Tenho 10 anos de idade e fui abusado sexualmente. Quando passei por isso, foi irritante", disse na carta divulgada pelo "Daily Mail".

O garoto de 10 anos de idade, que teve o nome preservado, era alvo constante de bullying de um seus colegas, que o perseguia diariamente sem a interferência dos professores.

O assédio continuou até o dia em que o crime foi perpetuado em um banheiro do colégio. "Contei para meu professor, mas ele não me ouviu. Disse para minha mãe e fui receber aconselhamento. Tentei machucar a mim mesmo. Odiei passar por isso", escreveu o jovem.

Uma das docentes, que claramente não soube lidar com o caso, inclusive, usou o autismo para amenizar o impacto do abuso em sua vida. "Minha diretora disse que tenho sorte de ser autista porque não iria sofrer como uma pessoa normal, mas não me sinto sortudo". Três anos depois, o menino ainda é atormendado pela terrível lembrança.

Assim que descobriu o que aconteceu, a mãe decidiu tirá-lo da escola como uma forma de protegê-lo, especialmente após ficar sabendo das ameaçasque o filho recebia para não revelar o abuso.

"Recebi a ligação do conselheiro dizendo que meu filho tinha falado sobre matar a si mesmo. Apenas queria que ele estivesse a salvo. Por isso o mantive em casa", explicou ao "Daily Mail". As autoridades, em vez de ajudar na recuperação, contribuiram para tornar o tormento ainda pior. Elas ameaçarem a mãe de perder a guarda por não levar o menino à escola. Em casa, ele trancava as janelas e dormia no chão com medo de sofrer uma retaliação do agressor.

LEIA A CARTA NA ÍNTEGRA
"Olá, meu nome é [nome preservado]. Tenho 10 anos e fui abusado sexualmente como você. Quando passei por isso, foi irritante.

Contei à minha professora, mas ela não me ouviu. Falei para minha mãe e tive que receber aconselhamento.

Tentei machucar a mim mesmo. Fizeram com que mudasse de escola, mas queria ficar. Só que o garoto que fez isto comigo não foi expulso.

Sinto muito que esteja triste. Passei por emoções como você. Minha diretora disse que tenho sorte por ser autista, porque não sentiria como uma pessoa normal, mas não me sinto sortudo".