Uma nova redução da taxa de juros na reunião do Copom marcada para fevereiro de 2018 – em magnitude menor do que a anunciada nesta quarta-feira (6) – deverá levar a Selic para 6,75% ao ano.
Essa foi a grande surpresa do comunicado do Banco Central divulgado logo depois da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que confirmou a expectativa do mercado e reduziu o juro para 7% ao ano.
Mas, para além dessa surpresa, deve-se prestar atenção na ressalva que o Banco Central fez ao que considera risco à prometida redução da taxa de juros no início do ano que vem: "frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira".
Uma frustração que, segundo o comunicado, pode "elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante da política monetária".
Resumindo: se inflação subir, o juro sobe junto.
A mensagem do Banco Central indica que a decisão que o Congresso está para tomar sobre a reforma da Previdência pode ser decisiva para o prêmio de mais uma redução dos juros, o que representaria novo impulso para a recuperação da economia.
Há um ano, nem o mais otimista e ousado economista considerou a hipótese de juros tão baixos na virada de 2017 para 2018.
A edição da primeira semana de dezembro do ano passado da pesquisa Focus – realizada semanalmente pelo Banco Central com cerca de 100 instituições financeiras e consultorias – projetava juro de 10,75% neste final de ano.
A diferença dessa previsão é de 3,75 pontos percentuais em relação ao que se materializou na reunião desta quarta do Copom.
Não é pouca coisa. E isso faz diferença para o ritmo da atividade econômica – estimula o consumo, com crédito mais barato.
Mas pode impulsionar também o investimento, pois a confortável aplicação no mercado financeiro vai render pouco enquanto durar o ciclo de juros baixos.
E por quanto tempo vai durar?
Nem o Banco Central sabe.
Tudo vai depender da qualidade do diálogo entre a política e a economia.