Brasil Sustentabilidade

Mudanças climáticas teriam provocado maior extinção da História

Pesquisa diz que eventos 'apocalípticos' de 250 milhões de anos atrás são um alerta para a Humanidade
Homem olha para modelo do planeta em exposição em Potsdam, na Alemanha Foto: Ralf Hirschberger/AP
Homem olha para modelo do planeta em exposição em Potsdam, na Alemanha Foto: Ralf Hirschberger/AP

RIO - Pesquisadores que estudam a maior extinção em massa da História da Terra afirmam ter encontrado provas de que ela foi causada pelo aquecimento global e que os eventos "apocalípticos" de 250 milhões de anos atrás poderiam acontecer novamente.

Cerca de 90% de todos os seres vivos do planeta foram exterminados na extinção em massa do Período Permiano, por razões que têm sido longamente debatidas pelos cientistas. Diversas teorias foram aventadas, como uma série de meteoros, enormes erupções vulcânicas e as mudanças climáticas.

Agora, uma equipe de pesquisadores do Canadá, Itália, Alemanha e EUA afirmar ter descoberto o que aconteceu e que suas conclusões têm "uma lição importante para a Humanidade", devido à forma como lidamos atualmente com o aquecimento global.

De acordo com um artigo publicado na revista "Palaeoworld", erupções vulcânicas bombardearam grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) para o ar, elevando a média das temperaturas em até 11 graus Celsius.

O aquecimento liberou uma enorme quantidades de gás metano, que estava preso no permafrost e no fundo do mar, fazendo com que as temperaturas subissem ainda mais e atingissem "o nível letal para maioria da vida na superfície terrestre e nos oceanos".

"Com base em medições de gases presos na calcita [mineral], a liberação de metano (...) é considerada a fonte e a causa última do dramático aquecimento global que mudou a vida (...) observada no fim do Permiano", descreve o artigo. "O aquecimento global provocado pela liberação maciça de dióxido de carbono pode ser catastrófico, mas a liberação de metano a partir do hidrato (seu estado congelado) pode ser apocalíptica".

Ainda de acordo com o estudo, "o fim do Permiano contém uma lição importante para a Humanidade sobre a questão que ela enfrenta hoje, com as emissões de gases de efeito estufa, o aquecimento global e a mudança climática."

No artigo, os pesquisadores avaliam que a temperatura média global teria chegado a uma marca "muito superior a 29 graus Celsius. A média atual é de aproximadamente 15 graus Celsius:

"A emissão de dióxido de carbono de depósitos vulcânicos pode ter levado o planeta a entrar em uma trajetória de extinção em massa, mas foi a liberação de metano de sedimentos que representou a causa final do evento catastrófico do final do Permiano", acrescentaram os cientistas.