• Vanessa Lima
Atualizado em
criança; banheiro; xixi; infecção urinária (Foto: Thinkstock)

A bactéria Escherichia coli, conhecida como E. coli, não é estranha ao organismo humano. Ela vive em nosso trato digestivo, compondo o que chamamos de flora intestinal. Esse tipo de micro-organismo também pode ser encontrado nos intestinos de animais, como bois, vacas, ovelhas, cães, gatos... No entanto, dependendo da situação do sistema imunológico ou do local em que ela se encontra, pode causas infecções de leves a graves. Algumas chegam a ser fatais.

“A bactéria E. coli é um bacilo, uma bactéria em forma de bastão. Na maioria das vezes, ela convive de forma harmoniosa no corpo, sem causar nenhum tipo de doença ou agressão. No entanto, em algumas circunstâncias, você pode adquirir uma cepa diferente da que você já tem normalmente e isso pode ocasionar alguma situação específica no intestino”, explica Francisco Ivanildo de Oliveira, infectologista do Hospital Infantil Sabará (SP). A bactéria, normalmente pode ser ingerida com água ou alimentos contaminados. Crianças, principalmente as menores, que colocam as mãos não higienizadas ou objetos, como brinquedos, na boca, também podem ficar mais expostas.

Outra maneira muito comum de infecção causada pela bactéria E. coli é a urinária, sobretudo em meninas e mulheres. Isso acontece quando as bactérias intestinais entram em contato com o sistema urinário, em geral, quando a higiene após o uso do banheiro não é feita do jeito correto, ou seja, no sentido de frente para trás. A contaminação também é possível na troca de fraldas, quando se trata de bebês.

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OS RISCOS

Como esse tipo de bactéria está presente no nosso corpo, ele nem sempre representa um problema. Os riscos dependem do tipo de bactéria, de como ela entrou em contato com o organismo, da situação do sistema imunológico de quem a hospeda e do local em que a bactéria se encontra no corpo. “A bactéria pode ser normal no intestino, mas, se por algum motivo, ela sai de lá e passa para o sistema urinário ou para a corrente sanguínea, por exemplo”, diz o médico.

A infecção por E. coli pode causar diarreias, que podem ser mais leves ou mais severas, até doenças mais invasivas, como a meningite, em bebês, principalmente em recém-nascidos. No caso das infecções urinárias, pode haver dor, ardência ou perda de controle sobre a vontade de urinar. Uma situação ainda mais grave, mas mais rara, é a pielonefrite, uma infecção que, pelos ureteres, chega aos rins. Alguns casos, como as infecções na corrente sanguínea, precisam ser tratados com antibióticos específicos. “No entanto, é preciso ter cuidado na hora de usar antibióticos, porque eles podem alterar as bactérias intestinais, tornando-as mais resistentes e difíceis de combater”, ressalta Oliveira.

Segundo o médico, não há estatísticas sobre a mortalidade causada por infecções de E. coli, já que há muitas variáveis relacionadas à contaminação e ao indivíduo infectado, mas é possível dizer que os casos que evoluem para quadros fatais não são tão comuns no dia a dia, embora não deixem de ser preocupantes, sobretudo para crianças, que ainda não têm o sistema imunológico totalmente desenvolvido nos primeiros meses de vida.

VITAMINA S?

Há quem defenda que a vitamina “S”, de sujeira, é importante para o desenvolvimento da imunidade das crianças. “Faz sentido, mas é preciso ter cautela ao fazer essa recomendação”, afirma o infectologista. É importante manter uma boa higiene, mas, por meio do contato com o ambiente – e não necessariamente com a sujeira – a criança desenvolve a memória imunológica, as células de defesa, ao longo do tempo. “É preciso ter bom senso”, lembra.

COMO PREVENIR AS INFECÇÕES POR ESCHERICHIA COLI

Não há como fugir: cultivar bons hábitos de higiene é a melhor maneira de evitar que a bactéria cause problemas para o seu filho. Lavar bem as mãos depois usar o banheiro, ao chegar da rua, antes de comer ou manusear alimentos; lavar bem os alimentos, sobretudo os que são consumidos crus, como verduras, frutas e legumes; higienizar bem as partes íntimas, principalmente das meninas, depois de usar o banheiro ou nas trocas de fralda são alguns dos cuidados básicos de prevenção.

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