Satisfeita com a operação "Águas Claras", da Polícia Federal de São Paulo, que prendeu preventivamente o presidente afastado da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Coaracy Nunes, a nadadora Joanna Maranhão se diz decepcionada com a postura dos outros atletas da entidade diante do fato.
- Soube que outros atletas se recusaram a falar, disseram que é uma situação delicada. Não é uma situação delicada, isso é crime. Estou decepcionada com todos, como pode virar as costas para isso? Foram R$ 40 milhões, é muito dinheiro. Muda a vida de muita gente, pagaria bolsa atleta de muita gente. Não consigo conceber como silenciar diante de um absurdo desse. A oportunidade de se posicionar é essa - disse Joanna.
Nesta quinta-feira, durante a apresentação da equipe do Pinheiros, de São Paulo, os atletas do clube, como o campeão olímpica César Cielo, não se posicionaram sobre o ocorrido. O nadador se limitou a dizer que "isso não vai atrapalhar a minha preparação".
A nadadora ressaltou que sempre faltou transparência com os atletas por parte da CBDA. Além de chamar a atenção para a relação das entidades com as federações cujos votos elegem os presidentes.
- A situação só vai mudar quando todos se pronunciarem. Esse é o maior exemplo porque eles ficaram no poder por tanto tempo, por essa mordaça que as pessoas se recusam a tirar. Continuamos correndo um risco muito grande, pois muitos presidentes de federação ainda estão com eles, quem elege são eles. Poucas se opõem, as que são financeiramente mais independentes - disse.
Joanna Maranhão foi uma das responsáveis pela ação impetrada por alguns atletas, que suspendeu as eleições, que seriam dia 18 de março.