Por Will Soares, G1 São Paulo


Homem se abriga em cima de carro após ficar preso em alagamento na Rua Vieira Ravasco, no Glicério, região central de São Paulo — Foto: Nivaldo Lima/Futura Press/Estadão Conteúdo

O prefeito de São Paulo, João Doria, culpou a quantidade de chuvas "surpreendente" para justificar os transtornos causados pelos semáforos quebrados e alagamentos que se formaram na cidade com o temporal que caiu nas últimas 24h.

De acordo com Doria, todos os polderes e piscinões da capital funcionaram como esperado, mas a chuva foi maior do que se podia imaginar. "São Paulo viveu, de ontem para hoje, em duas horas, o maior volume de chuvas que ela já viu nos últimos 30 anos. Um grau de precipitação surpreendente. Choveu em duas horas o que choveu em um mês", afirmou.

Doria disse que, inclusive, pediu ao governo do estado, responsável pela limpeza do Rio Tietê, para garantir um maior volume da calha. "Nos falamos com o DAEE logo pela manhã para intensificar e ampliar o volume de desassoreamento para não haver o risco de transbordamento do rio. Não houve, mas quase. Coisa que há mais de uma década não acontece em São Paulo. Mas o volume foi tal que chegamos no limite desse risco", disse.

Capital recebe, em 24 horas, o maior volume de chuva para abril dos últimos 74 anos

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O secretário de Serviços e Obras, Marcos Penido, disse que não houve transbordamento do Tietê, e sim dos polderes que existem próximos a ele: "Nós temos três polderes na Marginal, na Casa Verde, na Ponte das Bandeiras e na Anhanguera, que são os pontos baixos do Tietê. A gente tem a impressão que houve o transbordamento [do rio], mas a cota desses três pontos é inferior a cota de tampo do Tietê". No entanto, o Centro de Gerenciamento de Emergências confirma o transbordamento.

"Não é a água do rio que vai para fora. É a água da cidade que não consegue chegar no rio. Esses polderes eles tem bombas, um sistema de bombeamento que joga para o rio, mas o volume foi demais", afirmou Penido. De acordo com ele, choveu 75 m3 em duas horas na cidade.

Rio Tietê transborda e provoca alagamento e caos na marginal, em São Paulo

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Trânsito

Doria ressaltou que, "exceto os grandes transtornos ao trânsito na cidade", a chuva não causou nenhum outro prejuízo aos paulistanos. "Não tivemos nenhuma vítima", celebrou.

Motoristas evitam arriscar a travessia diante de alagamento na Marginal Tietê, na altura da ponte das Bandeiras sentido Rodovia Castelo Branco, em São Paulo, após uma forte chuva causar diversos pontos de alagamento pela cidade — Foto: Newton Meneses/Futura Press/Estadão Conteúdo

O prefeito fez questão de elogiar o trabalho dos funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfefo (CET) durante o caos que se formou nas ruas em consequência das chuvas. Muitos, segundo ele, trabalharam mais de 24 horas ininterruptas para minimizar os danos ao trânsito da cidade. "Demonstração de cidadania. Mesmo com o horário vencido, prorrogaram e ficaram a madrugada inteira dando assistência e atendimento".

Questionado se a necessidade dos profissionais estenderem a jornada de trabalho desta forma seria um indício de falta de efetivo, Doria negou. "Mostra responsabilidade porque eles estavam lá, no centro do problema. Foram responsáveis. A mudança de equipe diante de um problema trágico como esse seria negativa". De acordo com ele, o atual número de funcionários "é suficiente" para atender às demandas da capital.

Clube ficou alagado após fortes chuvas atingirem São Paulo na madrugada desta sexta-feira (7) — Foto: Reprodução/TV Globo

Toda a cidade de São Paulo chegou a registrar estado de atenção para alagamentos durante a madrugada desta sexta-feira (7) — Foto: Reprodução/TV Globo

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