Por G1


Policiais reforçam a segurança na avenida Champs Élysées, em Paris, após atentado que deixou um policial morto e dois feridos na noite de quinta-feira (21) — Foto: Benoit Tessier/ Reuters

O atirador que foi morto pelas forças de segurança após matar um policial na Avenida Champs-Élysées, em Paris, na noite de quinta-feira (21), já tinha sido identificado pelos serviços de combate ao terrorismo na França. O homem de 39 anos, que ainda não teve a identidade revelada pelas autoridades, tinha armas e uma faca no carro.

O Estado Islâmico reivindicou ação e uma carta em defesa do grupo radical foi encontrada perto do corpo do atirador, segundo a Reuters.

O suspeito, que já tinha sido preso por tentativa de homicídio em fevereiro, segundo a Associated Press. Ele já tinha sido identificado como potencial radical islâmico desde dezembro de 2016, segundo o jornal "Le Monde". Fontes judiciais afirmaram que ele tinha 39 anos e nacionalidade francesa. A imprensa francesa afirma que o suspeito se chamava Karim Cheurfi.

Foto do suspeito de matar um policial na Champs Élysées, na quinta-feira (20), divulgada pela agência AP — Foto: AP

Um segundo suspeito se entregou a autoridades belgas. De acordo com as autoridades, o autor do ataque foi condenado - em fevereiro de 2005 - a quinze anos de prisão por três tentativas de homicídio, incluindo contra dois policiais. As primeiras investigações indicam que o atirador era o proprietário do carro utilizado no ataque, na avenida Champs Elysées.

Os crimes ocorreram após uma perseguição em 2001. O homem circulava armado em um automóvel roubado quando bateu em outro veículo, no qual estava um cadete da polícia. O homem fugiu caminhando e foi alcançado pelo motorista do veículo e seu irmão, o cadete, que acabaram feridos com disparos no tórax.

Dois dias depois, quando estava detido, feriu gravemente um policial após tomar sua arma na porta da cela. A identidade do atirador é "conhecida e foi verificada", destacou o promotor François Molins, que omitiu o nome para não prejudicar as investigações em curso.

Buscas

Uma operação está em curso desde a madrugada desta sexta-feira no subúrbio de Paris, na região de Seine-et-Marne, onde morava o atirador. A avenida mais famosa da capital francesa foi liberada para os carros e pedestres nesta sexta-feira, mas a segurança está reforçada.

O presidente francês, François Hollande, visitou nesta sexta o hospital Georges Pompidou de Paris onde estão os policiais feridos no ataque. Ele estava companhado do primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, e do ministro de Interior, Matthias Fekl, e também a sede da polícia da capital francesa para manifestar seu apoio às forças da ordem, segundo a agência Efe.

Flores foram deixadas no local onde policial foi morto na Avenida Champs Élysées, em Paris, na quinta-feira (21) — Foto: Philippe Lopez / AFP

Como foi o tiroteio

Um sindicato policial disse que um homem em um veículo atirou contra uma viatura policial que estava parada em um farol vermelho na avenida, por volta das 21h locais (16h no horário de Brasília) na altura do número 104 da avenida. Um policial morreu e dois gravemente feridos.

Uma testemunha contou que um suspeito saiu do carro e começou a disparar com um "kalashnikov", dando a entender que o atirador portava uma arma similar a um fuzil.

"Eu estava andando pela rua até onde um Audi 80 estava estacionado. Um homem saiu e abriu fogo com um kalashnikov contra um policial. O policial caiu, ouvi seis tiros. Eu fiquei com medo, pensei que ia morrer... Ele atirou diretamente no policial", disse Chelloug, um assistente de cozinha, à Reuters.

A França abriu uma investigação relacionada a terrorismo. A investigação foi passada à seção antiterrorista da procuradoria de Paris, declarou o presidente Holande, que indicou que esta deverá determinar a natureza do incidente e se o autor contou com cúmplices.

O suspeito morto seria conhecido dos serviços de segurança franceses. Há um pedido de prisão para um segundo suspeito que teria chegado à França num trem da Bélgica, diz a Reuters.

Estado Islâmico

Rita Katz, diretora do SITE Intel Group, uma organização de monitoramento de extremistas, informou que a agência Amaq, do Estado Islâmico, anunciou que a ação em Paris foi executada por um "guerreiro" do grupo terrorista que chamaria Abu Yusuf al Belijki ("o belga").

"Esta reivindicação é diferente da maioria das outras da Amaq, indicando que o EI tinha familiaridade com o atacante e, possivelmente, do ataque que viria", analisa a especialista.

Presidente francês, François Hollande, visitou nesta sexta-feira (21) o hospital onde estão os policiais feridos no ataque ocorrido na Champs Élysées, em Paris — Foto: Philippe Wojazer/AP

Às vésperas da eleição

O ataque aconteceu três dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais francesas. O resultado da votação segue imprevisível com quanto candidatos com possibilidade de passar para o 2º turno: Marine Le Pen (extrema-direita), Jean-Luc Mélenchon (extrema-direita), Emmanuel Macron (centrista) e François Fillon (conservador).

Candidatos que não tenham um discurso firme sobre a política de segurança e um maior controle da imigração podem ter seu desempenho prejudicado.

Polícia fecha a avenida Champs Elysees, em Paris, após tiroteio — Foto: REUTERS/Christian Hartmann

Uma pesquisa de intenção de voto da Elabe, realizada antes do ataque a tiros na noite de quinta-feira na avenida Champs Elysees, no centro de Paris, mostrava Macron com 24 % no primeiro turno e a líder da extrema-direita, Marine Len, logo atrás, com 21,5 %, segundo a Reuters.

Para o presidente americano, Donald Trump, o ataque em Paris "terá um grande efeito" na eleição presidencial da França. "Outro ataque terrorista em Paris. O povo da França não vai aceitar muito mais disto. Terá um grande efeito sobre a eleição presidencial!", escreveu Trump no Twitter nesta sexta, segundo a France Presse.

O primeiro-ministro francês, Bernard Cazeneuve, anunciou total mobilização das forças de segurança, incluindo unidades de elite, para apoiar os 50 mil policiais já destinados a garantir a segurança dos cidadãos durante a eleição, segundo a Reuters.

Soldado armado faz guarda em rua perto da avenida Champs Elysees em Paris após o tiroteio desta quinta-feira (20) — Foto: REUTERS/Benoit Tessier

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