BRASÍLIA - A compra de um terreno de posse do marqueteiro Duda Mendonça, de modo superfaturado, foi o jeito encontrado pela Odebrecht para pagar um dívida da campanha do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ao governo de São Paulo por caixa 2. Segundo o empreiteiro Emílio Odebrecht, o repasse foi feito pela mesma empresa que financiou a compra do terreno do Instituto Lula.
A também baiana Dag Engenharia teria sido o canal para a organização pagar o compromisso assumido na campanha. No entanto, o empresário disse que cancelou o negócio após a prisão de seu filho Marcelo. Em depoimento à força-tarefa da operação Lava-Jato, Emílio revelou o que ele, depois de o filho ser detido, determinou:
— Daí para frente, terminou o caixa 2. Zerava. Os compromissos que existiam... mortos. Morreu. Desfazer tudo. Não existe mais. Eu precisava dar o exemplo na hora em que constatou. Eu mandei devolver o terreno — disse o empreiteiro, que concluiu:
— Ele é que fica nos devendo. Eu prefiro, mas eu não quero voltar ao sistema anterior.
Emílio disse também que comprou um terreno em São Paulo para o instituto de Lula, por meio de uma empresa de um laranja. No fim, Lula quis manter a sede onde ela já estava instalada e o dono da Odebrecht vendeu o terreno.