Edição do dia 23/04/2017

23/04/2017 09h10 - Atualizado em 24/04/2017 11h37

Agricultores investem em tecnologia para produzir pinhão na serra de SC

Máquina que quebra a pinha e separa o pinhão das cascas executa o trabalho que era todo manual.

Eduarda DemeneckPainel, SC

É tempo de pinhão na Serra Catarinense. A qualidade da semente está superando as expectativas.

Acordar cedo, colocar a espora e sair mata adentro. A busca é pelas pinhas que estão no alto dos pinheiros. A subida é perigosa para pegá-las. É preciso prática e muita habilidade. Por dia, o agricultor Dirceu Macedo sobe em 20 pinheiros com cerca de 15 metros de altura. “Até medo eu tenho. Mas, vai indo, vai acostumando. Os primeiros é mais difícil. Depois, vai firmando o corpo”, diz.

 

Mas, todo o empenho vale a pena. Em um pinheiro dá para colher cerca de 10 pinhas. Na propriedade de Macedo a previsão é que saiam cinco mil quilos da semente. Com o valor do quilo sendo vendido a R$ 3 dá para garantir o sustento dá família nos próximos meses.

A cidade de Painel é a maior produtora de pinhão de Santa Catarina. Pelo menos 100 famílias sobrevivem da venda da semente. Este ano, a previsão é colher no estado 3 mil toneladas. A quantidade é praticamente a mesma do ano passado, mas a qualidade está melhor.

O trabalho ganhou um reforço. Uma máquina quebra a pinha e separa o pinhão das cascas. O trabalho, que antes era todo manual, agora tem facilitado a vida do produtor.

Esse é o segundo ano que o agricultor Ibelmar Oliveira Neto trabalha com a máquina. Ele garante que o serviço ganhou mais agilidade. São cerca de 50 quilos de pinhão debulhados por hora. “Se fosse em três, nóis ia leva uma semana para fazer isso ai. Agora, nós fazemos num dia”, diz.

Depois de tanto trabalho, é hora de experimentar a semente na sapecada, como manda a tradição. O pinhão é colocado no meio das grimpas. Depois basta acender a fogueira, esperar alguns minutinhos e está pronta a sapecada de pinhão.

Paraná e Santa Catarina são os maiores produtores de pinhão.

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