Por Marco Antônio Martins, G1 Rio


Intervenção não deve ser só remendo para segurança, segundo oficiais

Intervenção não deve ser só remendo para segurança, segundo oficiais

O novo secretário de Segurança do Rio de Janeiro será um general da ativa do Exército. Um dos nomes cogitados para a pasta é o general Richard Fernandez Nunes, segundo afirmou o porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Roberto Itamar. Segundo Itamar, o nome definitivo ainda será debatido em Brasília e só será anunciado oficialmente na terça-feira (27).

Além do general Richard Fernandez, outros nomes estão sendo cotados para a secretaria, mas o CML não informou quantos são. Fernandez, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, ficou por três meses à frente da ocupação militar do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Nesta quarta-feira (21), Fernandez foi promovido a general de Divisão, três estrelas.

Segundo o G1 apurou, na tarde desta quinta-feira (22), o militar cotado para a Seseg foi recebido pelo general nomeado interventor da área de segurança do RJ, Walter Braga Netto. Netto também conversou com o general Laerte de Souza Santos, também promovido esta semana na reunião do Alto Comando do Exército, em Brasília. Ele também é cotado para assumir a Secretaria de Segurança do RJ.

Novo secretário de Segurança do Rio será general da ativa do Exército

Novo secretário de Segurança do Rio será general da ativa do Exército

O general Braga Netto também informou à sua equipe que avisará ao governador Luiz Fernando Pezão quem assumirá a Secretaria de Segurança. Nesta sexta-feira (23), Pezão e Braga Netto se reúnem para falar sobre a intervenção.

Ao mesmo tempo em que Braga Netto conversava com os generais, oficiais do Exército e da Marinha que integram a equipe do interventor apresentaram o plano de segurança a um grupo de militares da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg) e da Escola Superior de Guerra (ESG). O encontro aconteceu num dos salões do Comando Militar do Leste (CML), no Centro do Rio.

'Reestruturação'

No plano elaborado pelo general Braga Netto, já está definido quais coronéis irão assumir o comando da Polícia Militar e quais delegados poderão ser utilizados pela Polícia Civil. O G1 apurou que não haverá militares das Forças Armadas no comando dessas corporações.

O mesmo vale para a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O coronel Mário Sérgio Duarte, ex-comandante da PM, vem sendo uma espécie de assessor que tem sido ouvido pelo general Braga Netto para tratar sobre a polícia do RJ.

A equipe do general Braga Netto, segundo fontes, tem conhecimento da corrupção nas instituições. No entanto, o oficial também considera há bons nomes nas polícias que podem ser utilizados no que tem sido chamado no CML de "reestruturação". Esse é o legado que os militares pretendem deixar durante os dez meses de intervenção.

Alguns pontos debatidos nesta tarde entre a equipe do interventor e os militares da ESG:

  • PM com Inteligência - A presença da PM nas ruas deve ser de acordo com a criminalidade em determinada região
  • Corrupção nas polícias - Há informações de irregularidades praticadas por policiais, mas entende-se que há bons policiais para postos de comando
  • Indicações políticas - Comandantes de batalhões, delegados e diretores de presídios devem ser escolhas técnicas e não através de políticos

À esquerda, o General de Brigada Richard Fernandez Nunes e à direita, Desembargador Vanderlei Romer — Foto: Samantha Jaques/TRE-SC

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