Por Luciane Cordeiro, G1 PR


O empresário Clodoaldo Pereira dos Santos que estava preso em Londrina, no norte do Paraná, desde o dia 25 de fevereiro, após a deflagração da Operação Corrumpere, da Polícia Federal (PF), foi solto na manhã desta quinta-feira (6). De acordo com o advogado Antonio Espirito Santo, o empresário estava preso na unidade 1 da Penitenciária Estadual de Lodrina (PEL 1), e foi liberado após colocar tornozeleira eletrônica.

Segundo as investigações da Polícia Federal, Santos, que também é conhecido como Tigrinho, e o delegado da PF Sandro Vianna extorquiram um empresário da cidade. O empresário teria auxiliado o agente de segurança. Os dois foram presos quando dividiam uma propina de R$ 35 mil com um intermediador.

O empresário foi liberado após a 7ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ªRegião (TRF4), em Porto Alegre, conceder um habeas corpus parcial. De acordo com o advogado, Clodoaldo dos Santos será monitorado eletronicamente, está proibido de se aproximar do delegado Sandro Vianna e da vítima, não pode deixar o país, deverá estar em casa diariamente a partir das 21h e não poderá sair de casa aos sábados, domingos e feriados.

“Agora teremos a oportunidade de analisar o processo completamente, e analisar o que pesa de fato contra Clodoaldo. Depois disso, vamos montar a defesa dele e apresentar provas que possam inocentá-lo”, disse Antonio Espirito Santo.

O TRF4 também concedeu habeas corpus parcial ao delegado Sandro Vianna, que está preso em Brasília. Mas, conforme o advogado Marcelo Leal, ele ainda não foi liberado porque o Tribunal impôs algumas condicionantes, como entrega de arma, que devem ser cumpridas por ele.

Operação Corrumpere

A Operação Corrumpere foi realizada pela Polícia Federal (PF) de Brasília (DF), em 25 de fevereiro. De acordo com a polícia, Tigrinho teria recebido o dinheiro de um empresário a pedido do delegado Sandro Vianna.

Documentos obtidos pelo Paraná TV mostram que o empresário foi absolvido na Operação Publicano – que apura um suposto esquema de fraude milionária na Receita Estadual do Paraná – porque colaborou com a investigação. Apesar da absolvição, ele passou a responder pelos mesmos crimes em outro inquérito policial sob responsabilidade do delegado Sandro Vianna.

A propina, segundo a PF, serviria para o delegado arquivar esse inquérito. A equipe de inteligência da PF passou a monitorar as negociações e gravou conversas telefônicas com autorização da Justiça.

Numa delas, Tigrinho diz ao empresário que o delegado não iria “atrapalhar a vida de um cara bom”.

Questionado sobre o custo para um acerto, Tigrinho respondeu que o delegado “não, ele falou assim, ele sabe quanto vale, entendeu!”.

Em outra gravação, Tigrinho liga direto para o delegado. Veja um trecho da conversa:

“Delegado Sandro Vianna: Fala Tiger!

Tigrinho pergunta: como que entra aqui?

Delegado Sandro Vianna: tô descendo aí... te pegar! tô descendo aí!”

Segundo o inquérito, trata-se de um encontro, que ocorreu em 6 de fevereiro de 2017, nas dependências da delegacia da PF, em Londrina.

A propina teria sido acertada em seguida e, duas semanas depois, os dois tiveram a prisão preventiva decretada.

Quer saber mais notícias da região? Acesse o G1 Norte e Noroeste.

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1