Política Lava-Jato

Cabral e Adriana Ancelmo se reencontram nesta quinta em Curitiba

Eles vão prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro sobre desvios no Comperj
União. O ex-governador Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo: casal é investigado pela Operação Lava-Jato Foto: Ricardo Leal 31/08/2008 / Agência O Globo
União. O ex-governador Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo: casal é investigado pela Operação Lava-Jato Foto: Ricardo Leal 31/08/2008 / Agência O Globo

RIO — O ex-governador Sérgio Cabral e a advogada Adriana Ancelmo vão se reencontrar na quinta-feira durante depoimento ao juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, sobre o esquema de propina nas obras do Complexo Petroquímico do rio de Janeiro (Comperj). A ex-primeira-dama deixou na tarde desta quarta-feira o apartamento no Leblon com agentes da Polícia Federal que a levarão a Curitiba.

Enquanto Cabral está preso no complexo de Bangu, a ex-primeira-dama cumpre prisão domiciliar, revogada hoje pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) . Adriana  foi presa em dezembro e voltou para casa há quase um mês, desde 29 de março. A prisão domiciliar havia sido autorizada sob a alegação de que os dois filhos dela – de 10 e 14 anos – não poderiam ficar privados do convívio dos dois pais ao mesmo tempo.

Hoje, no entanto, por 2 votos a 1, os desembargadores da 1ª Turma Especializada determinaram a volta de Adriana para a prisão. Votaram a favor do retorno dela à cadeia os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo. Ivan Athié divergiu dos colegas.

A defesa de Adriana Ancelmo informou que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça. O advogado Luiz Guilherme Vieira considera que o mandado de prisão não poderia ser cumprido imediatamente, porque a votação não foi unânime e, por isso, ainda caberia um embargo no próprio TRF-2.

O benefício da prisão domiciliar concedido a Adriana foi questionado pelo Ministério Público Federal (MPF). Em recurso apresentado ao TRF-2, os procuradores sustentaram que, em casa, a ex-primeira-dama pode continuar praticando os crimes pelos quais ela responde na Operação Calicute, como lavagem de dinheiro. No ano passado, antes de a prisão ser decretada, agentes da Polícia Federal encontraram joias sem nota fiscal e R$ 53 mil em espécie em uma busca e apreensão no apartamento dela, no Leblon, Zona Sul do Rio.