Por G1 São Paulo


O presidente eleito do Jockey Club de São Paulo, Benjamin Steinbruch, foi apontado por Marcelo Odebrecht como responsável por intermediar o repasse de mais de R$ 16 milhões da empreiteira ao ex-ministro Antônio Palocci e ao presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB).

Segundo o depoimento de Marcelo Odebrecht ao Ministério Público Federal (MPF), o Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, responsável pelo pagamento de propinas, pagou R$ 14 milhões a Palocci e outros R$ 2,5 milhões a Skaf após um pedido de Steinbruch, que presidia a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) à época.

A petição assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não dá detalhes sobre o motivo do pagamento, mas registra que, de acordo com a delação de Marcelo Odebrecht, a quantia foi repassada à dupla “em razão de um compromisso assumido por Benjamin com o PT e com Skaf”. Não há nenhum registro de doação das quantias em questão junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como a denúncia de Odebrecht não envolve detentores de foro privilegiado, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou a petição com os indícios contra os envolvidos para uma instância inferior. O processo penal foi remetido, então, à Justiça Federal no Paraná, já que as acusações guardam relação com vários inquéritos e ações penais lá instaurados.

Caberá, agora, à 13ª Vara Federal de Curitiba decidir se as acusações de Marcelo Odebrecht merecem ser investigadas, juntadas a alguma investigação já em curso ou simplesmente arquivadas por falta de provas.

Em nota, a Fiesp afirmou que desconhece as citações do delator a seu presidente. "Reiteramos que todas as doações recebidas pela campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qualquer reparo", disse. Ele se candidatou ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 e 2014.

"Paulo Skaf nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas", completa o texto.

O G1 procurou Benjamin Steinbruch nesta sexta-feira (14), mas não conseguiu contato.

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