Por G1


Manifestação em defesa da educação em Natal nesta quarta-feira — Foto: Heloísa Guimarães/Inter TV Cabugi

Uma mobilização em defesa da educação paralisou aulas em universidades e institutos pelo país nesta quarta-feira (2).

Ao menos 9 estados tiveram atos: Acre, Minas, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe (confira abaixo a situação por estado).

De acordo com a União Nacional dos Estudantes (UNE), a mobilização é contra os bloqueios no orçamento do Ministério da Educação (MEC), que neste ano passou por dois contingenciamentos de verbas – R$ 5,8 bilhões em abril e R$ 348,47 milhões em julho –, em defesa das pesquisas científicas após os cortes nas bolsas da Capes e CNPq; contra o programa Future-se (proposta do MEC para aumentar a verba privada no orçamento das federais); e em defesa das universidades filantrópicas que estariam ameaçadas pela Reforma da Previdência, segundo a entidade.

Dos R$ 6,1 bilhões contingenciados, R$ 1,99 bilhão foi liberado na última segunda-feira (30) – R$ 808 milhões para universidades. As instituições dizem que aulas, pesquisas e atividades de extensão poderão ser suspensas se o repasse não chegar a tempo.

Neste mês também foram desbloqueadas 3.182 bolsas de pós-graduação dos cursos mais bem avaliados pela Capes, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Outras 8.692 bolsas continuam suspensas. Já o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) garantiu o pagamento das bolsas de setembro em outubro. Os demais meses ainda estão sob análise. Atualmente, o CNPq conta com cerca de 80 mil bolsas ativas.

Confira abaixo as mobilizações, por estado:

Acre

Servidores técnicos-administrativos da Universidade Federal do Acre (UFAC) deflagram greve por 48 horas contra cortes de verbas para as universidades. A universidade anunciou uma série de medidas para ajustar as contas da instituição, como redução do horário de funcionamento da biblioteca para economizar energia, a redução dos serviços de limpeza no campus e a suspensão dos agendamentos externos do Anfiteatro Garibaldi Brasil e do Teatro Universitário.

Servidores técnicos administrativos da Ufac deflagram greve por 48h contra bloqueios de verbas das universidades — Foto: Sintest-AC

Minas Gerais

Professores e servidores técnico-administrativos fizeram uma mobilização nesta manhã na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes), Cristina del Papa, ressalta que, com corte de R$ 65 milhões, a UFMG teve de paralisar atividades em alguns setores. Recentemente, por exemplo, uma das linhas de ônibus que circulavam no campus foi suspensa.

Ainda de acordo com o sindicato, além da UFMG, a paralisação também é realizada no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) e na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJMG).

Na região do Triângulo Mineiro, a greve afeta os sete campi da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) distribuídos por Uberlândia, Ituiutaba, Patos de Minas e Monte Carmelo. A Escola de Educação Básica (Eseba), da UFU, também não teve aulas nesta quarta. A paralisação foi parcial dos servidores técnico-administrativos na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). No Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) não houve paralisação de servidores, e as aulas aconteceram normalmente nos nove campi

paralisação UFU Uberlândia — Foto: Redes sociais/Divulgação

Paraíba

As universidades públicas da Paraíba e o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) paralisaram as atividades em adesão à mobilização nacional. Com a paralisação, a maior parte das aulas de graduação e pós-graduação foram suspensas, bem como os trabalhos administrativos nas instituições de ensino superior. Na UEPB, os professores e servidores aprovaram uma Semana de Luta em Defesa da Universidade e do Servidor Público, no período de 30 de setembro a 4 de outubro.

Pernambuco

As universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco paralisaram parcialmente as atividades nesta quarta. Na UFPE, o Centro de Educação aderiu totalmente à paralisação, enquanto outros centros tiveram paralisações parciais das atividades, afirmou o diretor da Associação de Docentes da instituição, José Audisio Costa.

UFPE e UFRPE têm aulas canceladas devido à Greve Nacional da Educação

UFPE e UFRPE têm aulas canceladas devido à Greve Nacional da Educação

Piauí

Professores e estudantes do Instituto Federal do Piauí (IFPI) e da Universidade Federal do Piauí (UFPI) também aderiram à mobilização. Os manifestantes bloquearam a Avenida Frei Serafim e outras ruas do Centro da cidade por poucos minutos, deixando livre a faixa exclusiva para ônibus. Por volta das 11h o protesto foi encerrado.

Estudantes e alunos fazem protesto diante do campus Central do Instituto Federal do Piauí, em Teresina — Foto: Divulgação/ Sindifpi

Rio Grande do Norte

Mais um ato em defesa da educação foi realizado na tarde desta quarta em Natal. Estudantes, professores, centrais sindicais e sociedade civil organizada se concentraram no cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Senador Salgado Filho, por volta das 15h, para protestarem contra os cortes promovidos pelo Governo Federal nos recursos da educação, em defesa das pesquisas científicas, e contra o programa Future-se.

Manifestação em defesa da educação, em Natal — Foto: Heloísa Guimarães/Inter TV Cabugi

Rio Grande do Sul

Professores, alunos e servidores de universidades federais do Rio Grande do Sul aderiram à mobilização nacional. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) informou que as faculdades de Educação, de Arquitetura e de Letras, o Instituto de Psicologia e o de Filosofia e Ciências Humanas estão fechados. Nos demais cursos, ainda não havia informações até o início da tarde. Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), servidores técnico-administrativos decidiram entrar em greve. Com isso, alguns setores estão com os atendimentos suspensos de forma parcial. Alguns alunos também participam da mobilização, que tem adesão livre.

A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) informou que a adesão de professores, servidores e alunos à greve é livre. Alguns alunos da universidade realizaram um protesto na manhã desta quarta na BR-472, em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Os bloqueios ocorriam de 5 em 5 minutos. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve pouca lentidão no local.

Estudantes bloqueiam BR-472 em protesto contra corte de verbas na educação

Estudantes bloqueiam BR-472 em protesto contra corte de verbas na educação

Santa Catarina

Em greve desde 10 de setembro, estudantes da UFSC contam nesta semana com a paralisação de professores e servidores. Já no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), os estudantes também pararam para protestar contra os bloqueios.

Aula pública ocorre no campus de Florianópolis da UFSC nesta quarta-feira (2) — Foto: Sintufsc/Divulgação

Sergipe

Servidores federais e estaduais paralisaram as atividades nesta quarta (2). Nos nove campus do Instituto Federal de Sergipe (IFS), professores suspenderam as aulas. Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), em São Cristóvão, servidores realizam atos em frente à entrada principal. Os professores das escolas estaduais de Sergipe também estão com as atividades paralisadas. De acordo com a Secretaria de Educação do estado, 70% das escolas aderiram à paralisação e cerca de 90 mil estão sem aula.

Professores da rede estadual de Sergipe em frente à Seduc; atividades foram paralisadas — Foto: Sintese/Divulgação

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