Por RBS TV


SC tem a menor taxa de fertilidade do país

SC tem a menor taxa de fertilidade do país

Santa Catarina tem a menor taxa de fecundidade do país há pelo menos 10 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente a média é de 1,57 filho por mulher. Assim, casais com apenas uma criança são comuns no estado, como mostrou o Jornal do Almoço.

Na década de 1940, a maioria dos pais tinha em média seis filhos. Esse número caiu para dois nos anos 2000.

Tendência

A família da pedagoga Carolina Bittencourt da Silva segue a tendência catarinense. Ela e o marido, Frederico Tadeu da Silva, têm apenas a filha Maria. Apesar dos amigos perguntarem se o casal terá mais uma criança, os dois decidiram que a família terá mesmo três integrantes.

"Nós estamos vivendo um processo da racionalização família. As pessoas estão pensando racionalmente em tudo. Quantos filhos eu vou ter, o que eu vou gastar. Esse gasto vai onerar a minha vida, vai onerar a vida da minha mulher, vai onerar a vida de todo mundo. O trabalho, o tempo. Então, está com uma linha muito de produtividade. O que eu vou ganhar se eu tiver um filho, o que eu vou perder se eu tiver um filho", explicou a psicóloga Isabela Bittencourt.

Quando se fala nesse encolhimento das famílias, os principais motivos são sempre a questão financeira e a falta de tempo. Mas no caso da Carolina e do Frederico, eles dizem que a Maria vale por dois e o que falta na casa é energia para acompanhar a filha, de 4 anos. "Ela não se espreguiça, ela não fica de denguinho na cama, ela já acorda a mil. E isso é até a hora de dormir", disse Carolina.

Demandas

Outro casal que decidiu não ter mais do que um filho foi o da empresária Vanessa Rosa e o marido, Alessandro Almeida. Maria Eduarda, de 21 anos, foi a primeira e a única. "Eu nunca pensei em ter outro filho, sabe? O Alessandro, uma época, até cobrou um pouco isso, mas eu nunca pensei em viver outra gravidez", disse Vanessa.

"Quando ela [filha] veio, a gente já sentiu uma demanda grande financeira. Parte médica, parte de alimentação. Aí começou escola e isso foi o que pesou na nossa decisão. E a gente estava vendo todo mundo ao nosso redor também está virando isso", relatou Alessandro.

O filho único, no geral, tem fama de mimado. Mas a psicóloga Isabela Bittencourt afirmou que ter uma criança assim é responsabilidade dos pais, e não da falta de irmãos. "Se você conseguir fazer uma rede de relacionamento onde ele tenha crianças da mesma idade dele, onde ele saiba compartilhar, onde ele tem que abrir mão. Não é pelo irmão, mas é pelo amiguinho, pelo primo. Ele vai conseguir exercer essa socialização".

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1