Por Marco Antônio Martins, G1 Rio


Vídeo mostra policiais atirando em homens caídos na Zona Norte do Rio

Vídeo mostra policiais atirando em homens caídos na Zona Norte do Rio

O 41º BPM (Irajá), unidade em que servem os dois policiais militares que aparecem em um vídeo atirando em dois homens caídos ao chão, detém desde 2013 o recorde de mortes em decorrência de intervenção policial: enquanto nos dois primeiros meses de 2016, seis pessoas morreram em supostos confrontos com policiais daquela região, nos primeiros 60 dias deste ano o número de vítimas salta para 36. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP), ligado à Secretaria de Segurança do Rio e responsável pelas estatísticas de violência.

Uma análise dos números disponíveis desde 2013 mostra que o 41º BPM supera outras unidades da Polícia Militar. Naquele ano, foram 51 casos em 12 meses, numa média de pouco mais de quatro mortes por mês. No ano seguinte, 2014, foram 69 pessoas mortas; 71 vítimas em 2015 e 117 em 2016, quando a média mensal chegou a quase dez civis mortos por mês.

Este ano, a média da unidade aumentou, chegando a 36 casos em janeiro e fevereiro. Se mantida, a média de 18 mortes por mês ultrapassará com folga a estatística do ano passado. Na comparação com o mesmo período de 2016, a estatística deste ano é seis vezes maior. Ainda considerando o ano de 2017, o segundo batalhão com o maior número de mortes em decorrência de intervenção é o 15º BPM (Duque de Caxias), com 17 mortes.

Outros casos

Os disparos à queima-roupa contra dois homens caídos - um deles tinha um fuzil próximo ao corpo, mas a arma logo foi recolhida por um dos policiais - não são o primeiro caso polêmico em que se envolvem PMs do 41º BPM. Em fevereiro de 2014, seis pessoas morreram em uma operação de policiais do 41º BPM no Morro do Juramento. De acordo com os policiais, todos eram envolvidos com o tráfico de drogas. Já em novembro de 2015, cinco jovens foram executados por policiais da unidade quando retornavam de um lanche na comundiade de Costa Barros. Em 14 de fevereiro passado, uma operação da PM no Morro do Chapadão terminou com sete baleados e dois presos. De acordo com a polícia, todos envolvidos com o tráfico de drogas.

Números crescem ano a ano

As mortes em decorrência da ação policial, antes chamadas "autos de resistência", são um dos índices que mais crescem nas estatísticas de criminalidade acompanhadas mensalmente pelo ISP. Em 2016, 920 pessoas morreram em confrontos com a polícia no estado do Rio, contra 645 casos em 2015, que por sua vez é um número maior que o de 2014, quando houve 584 registros deste tipo de ocorrência.

A Polícia Militar do Rio não se pronunciou sobre o aumento de casos de mortes em decorrência de ação policial no Estado do Rio e no 41º BPM.

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