Política

Justiça de SP determina novo julgamento para massacre do Carandiru

Desembargadores decidiram não acatar recurso que pedia absolvição de 74 réus

Após a tragédia, o Carandiru teve outras rebeliões. Uma das maiores, aconteceu em fevereiro de 2001
Foto: Arquivo O Globo
Após a tragédia, o Carandiru teve outras rebeliões. Uma das maiores, aconteceu em fevereiro de 2001 Foto: Arquivo O Globo

SÃO PAULO - O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiu nesta terça-feira levar a novo julgamento os 74 policiais militares que haviam sido condenados pela morte de detentos no massacre do Carandiru, em 1992.

Por quatro votos a um, os desembargadores do TJSP decidiram não aceitar um recurso apresentado pelos advogados dos policiais, que pediam a absolvição de todos os envolvidos no caso depois de o julgamento ter sido anulado, em setembro do último ano.

O desembargador Ivan Sartori foi o único a defender a absolvição de todos os 74 réus, baseando-se na absolvição de outros três policiais militares durante um dos cinco julgamentos do caso realizados nos últimos anos.

Votaram por um novo julgamento os desembargadores Mello Neto, Euvaldo Chalib Filho e Luis Soares de Mello Neto.

Durante as investigações, a polícia constatou que 77 das 111 vítimas da chacina teriam sido mortas por policiais (a morte do restante teria sido responsabilidade dos colegas de cela).

Em cinco julgamentos, 74 policiais foram consideradores responsáveis pelas mortes e condenados a penas que variam de 96 a 624 anos de prisão.

No entanto, os júris foram anulados pelos desembargadores do Tribunal de Justiça, que identificaram problemas como a falta de individualização de de conduta dos acusados.