Cultura Música

Sem firulas, Lady Gaga antecipa no Coachella show que levará ao RiR

Cantora aproveitou a ocasião para apresentar single inédito, 'The cure'
Lady Gaga no Coachella Foto: VALERIE MACON / AFP
Lady Gaga no Coachella Foto: VALERIE MACON / AFP

INDIO, Califórnia - Lady Gaga não repetiu, no show deste sábado, no Coachella, a megalomania da performance do último Super Bowl, quando saltou do teto de um palco com pirotecnias e cenários extravagantes. Mas ainda assim, apesar do padrão alto imposto pela própria Gaga, o público não saiu decepcionado. Em sua estreia no mais badalado festival de música dos EUA, a cantora e compositora americana preferiu não arriscar e apostou na força de seus muitos hits e na comunhão com os fãs para entregar um show à altura do que a responsabilidade pedia. Foi a estreia da turnê mundial de seu mais recente álbum, “Joanne”, que passará pelo Brasil, com show em 15 de setembro, dia da abertura do Rock in Rio 2017.

Muito comunicativa, bem-humorada e, em certos momentos, emocionada, Gaga subiu ao palco com sua equipe (banda e dançarinos que a acompanham há dez anos, como ela fez questão de lembrar) perto das 23h30m para um show de uma hora e meia e 18 músicas. Uma delas inédita: “The cure” , já disponível no iTunes.

— Estou muito empolgada com essa parte do show porque venho guardando esse segredo há muito tempo. Passei um tempo no estúdio, fazendo músicas novas, e queria apresentar uma delas aqui — disse a cantora, pouco antes de iniciar a 12ª música de seu setlist, uma canção “bem Gaga” (pop dançante, que flerta com o eletrônico e exalta a bela voz da cantora, que só precisou de apoio vocal em coreografias mais complexas).

Ao longo da performance, ela trocou de roupa apenas três vezes, quase sempre apostando em peças discretas, e se arriscou no piano, na guitarra e em seu inseparável keytar. E gastou saliva interagindo com as quase 100 mil pessoas que a assistiram.

— Muita gente perguntou se eu não estava com medo de tocar às 23h20m ( o show com horário mais avançado entre os três headliners ), e eu disse “claro que não, isso significa que eu só estou tocando para os pesos-pesados que aguentaram até aqui” — exaltou a popstar, que entrou no line-up do Coachella substituindo Beyoncé, grávida de gêmeos.

Os tais pesos-pesados, ou “Little Monsters” (apelido da cantora para sua base de fãs), mostraram que a disposição estava em dia ao pularem sem parar enquanto Gaga passava por outros hits, como “Just dance” (que ganhou uma abertura diferente, com tons de trap), “Born this way”, “Telephone”, “Alejandro” e na country rock “Yoü and I”. E receberam bem também faixas de “Joanne”, como “John Wayne”, “A-Yo” e “Million reasons” — curiosamente, o primeiro single do álbum, “Perfect illusion”, ficou de fora.

A primeira parte do show foi encerrada com “Applause”, também em versão remixada. No bis, para terminar de forma apoteótica o segundo dia do festival no deserto da Califórnia, Gaga enfileirou seus dois maiores hits: “Poker face” e “Bad romance”. Fogos no céu estrelado do deserto e largos sorrisos nos rostos dos fãs.