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Por Weruska Goeking, Valor Investe — São Paulo

Após ver suas vendas de armas em território nacional aumentarem em 20,9% no terceiro trimestre, com 32,7 mil unidades, a Taurus tem um horizonte promissor para a reta final do ano, garante seu presidente. É nesse período que serão colhidos os frutos da combinação entre a "Semana do Brasil", período de descontos promovido pelo governo federal, e a flexibilização da posse de armas assinada por Jair Bolsonaro.

Como o processo de venda de armas não é tão simples como o de um smartphone, leva tempo até que todas as exigências legais para a entrega de uma arma sejam cumpridas, o que explica a demora, conta o presidente da Taurus, Salesio Nuhs. Na contabilidade, como regra geral, a empresa só registra a receita quando "termina o serviço". Neste caso, quando entrega o produto ao cliente final, e não quando ele é encomendado ou produzido.

"As vendas vêm aumentando no Brasil com o novo governo. Toda essa exposição na mídia aumenta a procura e os consumidores voltaram a confiar nos produtos Taurus", afirma o executivo.

Segundo a empresa, foram recebidos mais de 20 mil pedidos de armas na Semana do Brasil (de 6 a 15 de setembro), em que os produtos tiveram 20% de desconto. Entre os modelos mais procurados, estão as pistolas G2C 9mm e TS9, e o revólver RT627

As receitas a serem contabilizadas no quarto trimestre podem ajudar a companhia a ter um resultado melhor que o prejuízo de R$ 26,4 milhões apurado no terceiro trimestre. Ontem, as ações preferenciais da companhia despencaram quase 15%, mas ainda acumulam ganho de 11,8% em uma semana, especialmente após recomendação de compra da Eleven Financial.

O desempenho foi impactado pelo aumento das despesas financeiras líquidas devido à desvalorização de 8,2% do real ante o dólar, e à menor lucratividade da operação americana (devido a ações de marketing e promoções) e ao aumento das despesas operacionais.

No resultado operacional, a empresa conseguiu manter o patamar positivo, com crescimento de 26% da receita líquida, para R$ 192,3 milhões no terceiro trimestre.

Atualmente, a capacidade de produção da Taurus é de mais de 5 mil armas por dia, o que equivale a 1,4 milhão de armas ao ano, sendo 1 milhão na fábrica brasileira.

Voos internacionais

Salesio Nuhs está com viagem marcada para a próxima semana para estudar uma possível joint-venture na Índia para a construção de uma fábrica da Taurus.

"Está bastante avançada essa negociação. Não está concluída, mas a via está muito pavimentada, faltam detalhes. São culturas diferentes, legislação diferente, mas estamos caminhando. É um dos maiores consumidores de todos os produtos no mundo, pelo tamanho de sua população", diz Salesio.

Em dezembro, a Taurus deve inaugurar sua fábrica nos EUA, no estado da Geórgia, que deve dobrar sua capacidade produtiva no país e chegar a 800 mil armas por ano.

E vai vender tudo isso? "Isso vai depender da nossa agressividade comercial. É importante analisar que estamos ganhando participação de mercado lá", responde o presidente da Taurus.

Dívidas

A reorganização das dívidas é apontada por Salesio Nuhs como um dos pilares da reestruturação da empresa desde que assumiu o negócio, em janeiro de 2018.

Em junho, a Taurus realizou o pagamento da primeira parcela do valor principal da dívida, de R$ 58,7 milhões, após a renegociação firmada há mais de um ano com o sindicato de bancos. Na época, Nuhs explicou ao Valor Investe que esse pagamento foi possível devido ao aumento da geração operacional de caixa nos últimos trimestres e da estratégia de aumentar o capital da companhia.

A companhia se prepara agora para o próximo pagamento, de R$ 100 milhões, em julho de 2020.

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