Ultraortodoxos protestam nesta quinta-feira (19) contra lei de recrutamento militar — Foto: AFP/ Thomas Coex
Centenas de ultraortodoxos fecharam nesta quinta-feira (19) as ruas de Jerusalém em protesto contra a aplicação da lei de recrutamento militar, obrigatório para todos os cidadãos israelenses, e à recente detenção de objetores de consciência da sua comunidade.
"Não queremos que mudem a lei, queremos continuar estudando a Torá (Bíblia), como fazemos há milhares de anos, e que o nosso Governo nos deixe viver em paz. Pela primeira vez, detiveram dez de nossos rapazes", declarou à Agência Efe o rabino David Ziherman, que participou da manifestação perto da rodoviária central.
Durante a tarde houve um total de 40 detidos, segundo comunicou o porta-voz da Polícia Micky Ronzenfeld.
Há uma semana, grupos de "haredins" (ultraortodoxos judeus) se manifestam em diferentes pontos da cidade onde aconteceram confrontos com a Polícia, que aumentaram no quarto dia, quando outros dois estudantes de "yeshivá" (casa de estudo religiosa judaica) se negaram a cumprir a ordem de recrutamento militar e foram detidos.
Judeu ultraortodoxo é deito nesta quinta-feira (19) em Jerusalém durante manifestação contra lei de recrutamento militar — Foto: Reuters/Ammar Awad
O grupo da ultradireita religiosa autodenominada Facção de Jerusalém, organizadora dos protestos, declarou nesta quinta o chamado "Dia da Ira", quando aconteceram manifestações e fechamentos de ruas.
"Houve um aumento muito significativo na severidade das medidas tomadas contra nós, e responderemos do mesmo modo", escreveu um representante deste grupo no site em hebraico da Kikar Shabat (Praça de Shabat), alinhada com a ultraortodoxia.
A Polícia retirou dezenas de homens que, sentados na estrada, bloquearam o tráfego, provocando a suspensão temporária do serviço de bonde e deixando dezenas de ônibus vazios e sem motoristas, parados nas ruas devido à impossibilidade de se moverem, segundo comprovou a Efe.