Um grupo de deputados pediu no Conselho de Ética a cassação de Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar.
No plenário, deputados que pediram a abertura de processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética por suposta quebra de decoro parlamentar, cobraram explicações.
“Parece que ninguém viu a situação gravíssima em que se encontra o deputado Eduardo Cunha que ora preside a casa”, diz o deputado Chico Alencar (PSOL/RJ).
Na saída da sessão, Cunha fez um comentário rápido sobre o assunto.
“Não vou falar sobre isso. Eu responderei no campo apropriado e me defenderei quando for notificado a apresentar a defesa, somente isso”, afirma Eduardo Cunha, presidente da Câmara.
A representação entregue ao Conselho de Ética foi assinada por 46 deputados de sete partidos. O governo decidiu ficar neutro, mas 32 deputados do PT assinaram o pedido.
Os argumentos são as denúncias do Ministério Público na Operação Lava Jato, e a descoberta, pelo Ministério Público da Suíça de contas do deputado e de parentes no país.
Os deputados que pediram a abertura de processo contra Cunha também cobraram os maiores partidos de oposição. No fim de semana, em uma nota, eles defenderam o afastamento de Cunha da presidência da Câmaa, mas não se juntaram ao grupo que foi ao Conselho de Ética. No meio disso está a análise do pedido de impeachment da presidente Dilma que depende da autorização do presidente da Câmara.
“A sensação que fica é que a omissão de alguns partidos não é casual. Ela é omissão interessada e isso é muito ruim para o Brasil”, diz o deputado Alessandro Molon (REDE/RJ).
Os líderes de oposição negaram que exista um acordo para proteger o mandato de Cunha em troca da abertura do processo de impeachment e justificaram porque não assinaram o pedido no Conselho.
“Representação não porque nós não temos as provas, nós temos as notícias, né, tendo prova e tendo a denúncia aceita, tudo isso vai fazer com que nós tomemos uma decisão e essa decisão será encaminhada pelo partido e pela bancada”, explica o deputado Rubens Bueno (PPS/PR).
A Justiça Federal de Minas Gerais negou um pedido de Eduardo Cunha para suspender uma investigação da Receita Federal sobre a declaração de imposto de renda do deputado. A investigação é conduzida pela Delegacia Especial de Maiores Contribuintes Pessoa Física, de Belo Horizonte.
Segundo o juiz, o fato de Cunha ser presidente da Câmara não dá a ele imunidade ou salvo conduto para se eximir das obrigações legais. E, apesar do deputado morar em Brasília, o juiz considerou que a delegacia especial tem competência para investigar o caso porque atua em todo o país.