Por Gustavo Garcia, G1 — Brasília


O senador Aécio Neves (PSDB-MG) — Foto: Pedro França/Agência Senado

Os partidos Rede e PSOL protocolaram nesta quinta-feira (18), no Conselho de Ética do Senado, uma representação em que pedem a cassação do mandato parlamentar do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). O pedido acontece após a divulgação da delação premiada dos donos da JBS.

Em delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR), o empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa, entregou uma gravação de 30 minutos na qual Aécio, presidente nacional do PSDB, pede R$ 2 milhões para, supostamente, pagar a defesa dele na Lava Jato. A delação, revelada nesta quarta (17) pelo jornal "O Globo", foi homologada pelo ministro Fachin.

“Há indícios, conforme narrado na síntese fática, do cometimento do crime de corrupção passiva, qual seja o ilícito criminal cometido por funcionário público que, em razão de sua função, ainda que fora dela ou antes de assumi-la, solicita ou recebe, para si ou para outrem, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem”, diz trecho da representação dos partidos.

De acordo com a assessoria dos partidos há indícios de que Aécio cometeu crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Cabe, agora, ao presidente do Conselho de Ética, João Alberto (PMDB-MA), decidir se abre ou não processo para apurar se houve violação disciplinar por parte de Aécio.

Tradicionalmente, João Alberto encaminha o pedido à Advocacia-Geral do Senado para verificar se a representação atende às normas regimentais do Conselho de Ética. Depois disso, o senador decide pela abertura ou não do processo de quebra de decoro parlamentar.

Na representação, as legendas também pedem que, após eventual abertura do processo, sejam ouvidos Joesley Batista, o senador Zezé Perrella (PMDB-MG) e o assessor de Perrella Mendherson Lima.

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