Edição do dia 17/04/2018

17/04/2018 22h03 - Atualizado em 17/04/2018 22h04

Inteligência artificial, usada para criar robôs, se incorpora às tarefas diárias

Livraria tem simulador de conversa para atender o cliente; escritório de advocacia usa o sistema Carol para cadastrar processos.

O Jornal Nacional mostrou, na segunda-feira (16), o robô que um cientista japonês criou à sua imagem e semelhança e que está pronto para fazer algumas tarefas de seres humanos. Nesta terça-feira (17), o jornal explica como essa tecnologia está ajudando muitas empresas e milhões de consumidores.

Se você tem a necessidade de conversar com alguém, os atendentes existem para isso. Mas se a dúvida que surge na compra pela internet for mais simples, a inteligência artificial pode resolver. Quantas páginas tem o livro? Qual é o idioma? É só digitar no chat. O sistema responde em um segundo, e ainda pergunta se você quer um cupom de desconto.

A livraria investiu no simulador de conversa para acompanhar o ritmo do cliente. “A gente está numa era onde o consumidor está cada vez mais imediatista e mais conectado. Então utilizar esse serviço de inteligência artificial é dar tempo de resposta mais rápido possível para esse consumidor”, conta Thaiza Estevão, diretora de Marketing da Saraiva.

Há cinco meses, um escritório de advocacia conta com a ajuda de Carol. Carol é um sistema que cadastra e classifica os seis mil processos judiciais que entram por mês. O trabalho que uma pessoa leva 15 minutos para fazer, Carol liquida em um segundo. Agora, ela está sendo treinada para ajudar a redigir ações.

“O sistema de inteligência artificial, ele vai começar a auxiliar os profissionais na elaboração das peças repetitivas, deixando o advogado mais livre, mais liberado para pensar mais na estratégia processual”, explica Urbano Vitalino Neto, sócio do escritório de advocacia.

Já pensou em estar disputando uma vaga e ser selecionado por uma máquina? Em uma empresa de tecnologia, mais de duas mil pessoas foram contratadas com a ajuda de um software. O programa cruza os dados dos candidatos com o perfil dos funcionários de determinada função e aponta o resultado.

A peneira começa com um cadastro pela internet. O candidato responde a um teste que dura uma hora e meia, e concorda ou não com frases assim: "dificilmente algo me deixa irritado", "eu me expresso com facilidade" e "prefiro filmes que me façam pensar".

O programa analisa características como pensamento criativo, ambição e flexibilidade, e apresenta um ranking dos profissionais que têm mais a ver com a vaga. “Então você não vai olhar cinco mil candidatos, você vai olhar 20. A máquina não resolve tudo sozinha. No final vai ter uma entrevista pessoal, você não está substituindo, você está meio que adiantando o processo e aumentando a eficiência dele”, afirma Marcel Lotufo, presidente da Kenoby

Com a tecnologia, a empresa economiza tempo. A rotatividade diminuiu porque a maneira de selecionar mudou. “Nós começamos a receber várias pessoas com históricos diferentes do que a gente recebia normalmente. A gente começou a perceber que essas pessoas funcionavam muito melhor do que, aparentemente, você consegue só enxergar no currículo”, aponta Thaylan Toth, especialista em Recursos Humanos da Stone.

Foi assim que eles chegaram à Karen Correa. Ela trabalhava numa plataforma de petróleo e acabou contratada como analista de risco do Departamento Antifraude. “Eu me sinto no lugar que eu devia estar, é onde eu queria chegar. A máquina ajudou bastante e conseguiu enxergar muito mais a pessoa que eu sou do que o que eu já fiz”, disse.