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Juliana Paes opina sobre mulheres de traficantes de classe média: ‘Não são pobres coitadas’

Atriz está na novela 'A força do querer'
Juliana Paes Foto: Divulgação
Juliana Paes Foto: Divulgação

RIO — No capítulo desta segunda-feira de “A força do querer”, Rubinho (Emílio Dantas) vai ser pego numa blitz da polícia e, após ir para a delegacia, convencerá Bibi (Juliana Paes) a mentir a seu favor num depoimento. Este é só o início da trama de crime e mentiras na qual o garçom se envolve e leva junto a mulher. Nas cenas que vão ao ar hoje na novela das nove, a personagem não hesita em faltar com a verdade para proteger o marido. Intérprete da mulher que ajudará o marido em uma série de crimes, Juliana analisa o comportamento da personagem e de mulheres da vida real que a inspiraram:

— Existe algo que é comum entre essas mulheres que vêm de família mediana e que se apaixonam pelo mundo do crime: é a coisa de não estar precisando, de não serem pobres coitadas. Elas não vão só pela grana. O dinheiro é o combustível, mas é mais pelo poder, o status que se tem nessa situação de ser a primeira dama, a escolhida no meio de tantas outras. Esses ingredientes vão ser os mais importantes para a Bibi.

Mas, antes de encenar as cenas que vão levar Bibi ao mundo do crime, Juliana também mostrou na TV alguns perrengues enfrentados por sua personagem: ser despejada, viver num lar improvisado e pensar em mil maneiras para pagar as contas estão entre os apuros.

— Essa é a parte fácil, a parte que eu já vivi, e não precisei inventar muita coisa. Ela passa por muito do que eu já passei na vida: ter que sair de casa, que tirar as coisas às pressas... Mas tudo isso é a cama que a gente forrou para contar a história que vem depois — adianta Juliana.

Nesta segunda-feira, “A força do querer” também vai mostrar que o amor de Bibi não tem limites e a deixa cega. Ela acredita em todas as palavras de Rubinho, inclusive quando o garçom diz que está sendo perseguido por Jeiza (Paolla Oliveira). Na pele da personagem louca de paixão pelo marido, Juliana, na vida real, se vê mais racional do que seu papel:

— Se eu pudesse dividir num percentual, eu diria que sou 60 por cento emoção e 40 por cento razão. Para não dizer metade de cada um. Eu sou ariana: eu falo e depois penso, mas também não tenho medo de pedir desculpa. Já trabalhei muito isso. Conforme a gente vai amadurecendo, vai trabalhando essas questões. Às vezes a gente chega, dá um passa-fora em alguém e fica tão arrependido... Agora, eu já consigo dar uma equilibrada. É melhor não falar do que falar e ter que pedir desculpa.