De acordo com o Corpo de Bombeiros, por volta das 3h, Thiago José de Aquino Marques dirigia o carro com a família quando, na Avenida Marechal Rondon, no Centro, bateu contra o muro de duas casas.

Testemunhas disseram à Polícia Militar (PM) que a médica Mariana Barbosa Paranhos saiu do veículo, e o empresário tentou atropelá-la. A mulher fugiu e conseguiu pular o muro de uma casa. Mas o marido desceu do veículo, conseguiu alcançá-la a pé e matou a esposa com 12 facadas. Após ele se matou com facadas em si mesmo.

A filha do casal, Valentina Paranhos de Aquino, foi encontrada após a chegada dos militares, também esfaqueada, na cadeirinha instalada no banco de passageiros do carro.

O homem e a criança morreram ao dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguari. A mulher morreu no local do crime. A motivação do duplo homicídio seguido de suícidio é investigada pela Polícia Civil.

A família morava em Uberlândia (MG) – localizada a cerca de 40 km do local do fato. De acordo com a Santa Casa de Araguari, Mariana era plantonista da ginecologia e obstetrícia da unidade desde janeiro deste ano e estava de plantão na madrugada do crime.

Os policiais contaram que ela só saiu do hospital e entrou no veículo da família depois que o marido a chamou alegando que a filha do casal estava passando mal.

O estudante Valério Ferreira da Cunha Neto, de 23 anos, era vizinho do local onde ocorreu o crime e presenciou o fato. Ele contou ao G1 que a médica gritou por socorro várias vezes antes de ser assassinada.

"Antes de descer do carro ele já estava brigando com ela, ela conseguiu sair do veículo e gritou socorro várias vezes muito alto. Ele tentou atropelá-la, mas como ela pulou um muro pequeno de uma casa, ele foi atrás e a matou. O homem estava transtornado, com um sentimento de ódio muito grande, e só vimos que a menininha estava no carro morta quando a PM chegou", lamentou a testemunha.

De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), após assassinar a esposa, o homem estava transtornado e, gritando, golpeou a si mesmo com quatro facadas. A suspeita dos militares é que a menina foi a primeira a ser morta.

A faca utilizada nos crimes, de lâmina de 20 centímetros, foi recolhida pela Polícia Civil. O veículo da família foi apreendido e levado ao pátio credenciado ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). A perícia técnica da Polícia Civil realizou os trabalhos no local.

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) informou que a médica Mariana Barbosa Paranhos era residente em ginecologia e obstetrícia do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HCU/UFU).

Em nota, a universidade lamentou o ocorrido e disse que o velório foi realizado na tarde de sábado (17), em Uberlândia, na Funerária Ângelo Cunha situada na Avenida Getúlio Vargas, nº 2042.