Educação

Por Viviane Machado, G1 ES


Ministro da Educação, Mendonça Filho, em visita ao Espírito Santo — Foto: Samy Ferreira/ TV Gazeta

O Ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que o sucateamento das universidades federais não acontece por falta de verba federal, mas por conta da aministração em cada estado.

Em visita ao Espírito Santo nesta quarta-feira (10), onde anunciou investimentos na educação do estado, Mendonça disse que não faltam recursos para o custeio das faculdades, incluindo a Universidade Federal do Espírito Santo.

“Evidentemente que num espaço onde existem 63 universidades federais em todo o país existem modelos de gestão que são variados. E aí a consagrada autonomia universitária que cabe a cada reitor dar conta da sua respectiva universidade”, afirmou.

Sobre a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o ministro explicou que 100% da verba para a manutenção foram repassadas em 2016 e 2017.

“Ao mesmo tempo também garantimos recursos relevantes em termos de expansão na infraestrutura educacional em termos de capital. Há uma garantia de preservação e manutenção de toda a rede de educação superior no Espírito Santo e no Brasil, e também de educação técnica e tecnológica a partir do Instituto Federal, que contou com o apoio do Ministério da Educação”.

Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) — Foto: Fernando Madeira/ A Gazeta

Ufes

A Ufes confirmou que o orçamento previsto para 2017 teve os recursos integralmente liberados. “A Universidade ainda aguarda autorização para utilizar R$ 8,4 milhões referentes a recursos próprios e superávit financeiro acumulado de anos anteriores (não são recursos do Tesouro)”, afirmou.

Já em 2018, o orçamento aprovado pelo governo federal para a Ufes reduziu em R$ 2 milhões, mas não há previsão de novos cortes de gastos.

De R$ 79,2 milhões em 2017 foi para R$ 77,2 milhões em 2018. “Embora seja menor que o orçamento de 2017, não há previsão de novos cortes de gastos, uma vez que os ajustes realizados em 2017 se mostram suficientes até o momento”, completou a nota.

Problemas

Apesar disso, vários problemas por falta de recursos para a Ufes foram divulgados nesse período. Em julho de 2017, pesquisadores e professores reclamaram que não há verbas para manter bolsas de estudo e projetos.

No mesmo mês, a Ufes anunciou que teve um corte de R$ 12 milhões no orçamento, no ano de 2017, em relação ao ano anterior. Segundo o pró-reitor de Planejamento da universidade, Anilton Salles, o valor, que era de R$ 91 milhões em 2016, passou para R$ 79 milhões.

No pacote, foram afetados pagamentos de diárias, passagens, obras, compra de equipamentos e mão de obra, como motoristas, funcionários do teatro e do Restaurante Universitário (RU) e, por fim, de seguranças.

Mato alto e lixo por toda parte do Campus da Ufes em Goiabeiras — Foto: Fernando Madeira/ Arquivo A Gazeta

O Restaurante Universitário (RU) também foi alvo de cortes: o suco foi cortado e o cardápio alterado. A medida desagradou os alunos, que dependem da refeição, que é de baixo custo para os estudantes.

Redução de recursos

O deputado federal Carlos Manato (SD), em entrevista ao Bom Dia ES desta quinta-feira (11), disse que redução de recursos para a Educação aconteceu por causa do Fundo Partidário, que financia campanhas políticas.

Isso porque parte do dinheiro para esse fundo sai de um recurso das emendas parlamentares de bancadas, que no Espírito Santo são destinados à saúde e educação.

“Há dois anos atrás, nós conseguimos que as verbas de bancada, um pedaço dela, fosse impositiva. Está hoje na faixa de R$ 160 milhões, que não existia. Nós do estado colocamos na saúde e educação. Esse ano, nós colocamos R$ 160 milhões para a Ufes e para o Ifes. Então por isso que pegou na área. Cerca de 30% dessa verba está sendo contingenciada”, explicou.

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