Por G1 AM


Policiais civis pararam abastecimento de carros da polícia nesta sexta, em Manaus — Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM

Trabalhadores de diferentes categorias paralisaram as atividades nesta sexta-feira (28) em Manaus. Houve ainda bloqueios de vias em dois pontos da capital. A paralisação do transporte coletivo afetou usuários de várias zonas. As categorias realizam manifestações contra a reforma trabalhista e da previdência por todo país. A Polícia Militar (PM) acompanha os atos na capital.

Centrais sindicais se reúnem para protestar no Centro de Manaus

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Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), duas empresas paralisaram 100% da frota nesta manhã. Usuários do transporte coletivo das zonas Norte, Leste, Oeste e Centro-Oeste foram afetados. As outras sete empresas paralisaram 30% da frota nas garagens. Na tarde desta sexta, os coletivos voltaram a ter problemas para rodar.

Coletivos também ficaram estacionados na Avenida Leonardo Malcher, no Centro de Manaus — Foto: Suelen Gonçalves/ G1 AM

Ônibus parados

Mesmo com a saída das garagens, muitos coletivos deixaram de circular quando chegaram em um dos principais terminais da capital. Por volta de 6h30, coletivos começaram a parar no Terminal 1 (T1), na Avenida Constantino Nery, Zona Central. Os motoristas que chegaram ao local estacionaram os veículos em fila indiana. Os passageiros precisaram descer e caminhar. A paralisação afetou o trânsito em toda a área central da capital.

Passageiros desceram dos ônibus na Constantino Nery, em Manaus — Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM

Nenhum representante de sindicato foi visto pela reportagem no terminal. O G1 ainda não conseguiu contato com o sindicato da categoria.

Coletivos ficaram enfileirados na Avenida Constanino Nery, passando por dentro do T1 — Foto: Suelen Gonçalves/ G1 AM

"Cheguei aqui umas 6h30, daí o motorista desligou o ônibus e desceu. Ele não falou nada, mas eu apoio a greve. Pra mim, isso não é só coisa de partido, é uma causa de todos os trabalhadores", opina a diarista Luciléia Alves, de 36 anos.

Rodoviários atendem decisão da Justiça e paralisam apenas parte da frota de ônibus em Mana

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O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região estabeleceu, em decisão publicada nesta quinta-feira (27), que 70% da frota do transporte coletivo de Manaus opere em horário de pico e 50% nos demais horários durante a paralisação prevista para ocorrer nesta sexta-feira.

"Vinte e sete sindicatos aprovaram a paralisação de suas categorias, os rodoviários também (...) o trabalhador rodoviário também está sendo prejudicado por essas reformas trabalhistas e previdenciárias que estão sendo aprovadas que o Congresso quer fazer", Élcio Campos, secretário do Sindicato dos Rodoviários ao G1.

Motoristas do transporte especial bloqueiam via em Manaus

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Paralisação em rotatórias

O trânsito nas zonas Sul e Leste ficou complicado no início desta manhã. Desde às 4h, as rotatórias da Suframa e do Armando Mendes, que dão acesso ao Distrito Industrial de Manaus, foram parcialmente interditadas por integrantes do Sindicato dos Transportes Especiais, Metalúrgicos e dos Plásticos. O número de participantes dos atos ainda não foi divulgado pela organização e pela Polícia Militar (PM).

Na rotatória do Armando Mendes manifestantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Especial, Turismo, Fretamento, Escolar e Locadora de Veículos (SINDESPECIAL) pararam o fluxo de veículos a via por volta das 4h desta sexta-feira. Após conversa com a Polícia Militar, os manifestantes liberaram parte da via para o transporte de veículos na rotatória. Cerca de três mil trabalhadores fazem parte da categoria. O protesto durou cerca de duas horas e após negociações com a PM, a via foi liberada no local.

Na rotatória da Suframa, na Zona Sul, um grupo de manifestantes parou coletivos que faziam rota de funcionários para o Distrito Industrial. Muitos industriários seguiram a pé para as fábricas. O trânsito ficou complicado no local. A via foi liberada por volta de 8h40 (horário local).

Polícia Militar interviu durante protesto de trabalhadores do transporte especial Amazonas, Manaus, greve geral, — Foto: Ruthiene Bindá/Rede Amazônica

Polícia Civil

Servidores da Polícia Civil também aderiram ao movimento e se reuniram na frente da Delegacia Geral, na Zona Centro-Oeste de Manaus. Ao todo, 70% das delegacias devem parar nesta sexta. Além de protestar contra reforma trabalhista, a categoria quer: reposição da data base, melhores condições em delegacias do interior, pagamento de seguro a familiares de policiais civis mortos há cinco anos.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil (Sinpol), Ordilei Araújo, o abastecimento das viaturas não serão feitos nesta sexta-feira. "Nós temos uma série de deficiências que as delegacias sofrem hoje e que nós estamos pedindo para que o governador atenda de uma forma positiva. Nós vamos paralisar o abastecimento para que as viaturas não possam fazer os serviços diários hoje. O abastecimento ocorre na Delegacia Geral e nós vamos fazer isso para que as delegacias não consigam sair para fazer os seus serviços hoje, nos DIPs e nas Especializadas", disse.

Policiais Civil aderem a greve nacional e paralisam atividades em Manaus

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Professores

Um grupo com dezenas de professores se reuniu em frente à Sede do Governo, na Avenida Brasil, bairro Compensa, na Zona Oeste de Manaus, por volta das 8h30. O protesto atende à convocação nacional, e inclui pautas locais, como atraso na data-base e falta de concurso público para a rede pública de ensino. Com cartazes, eles gritavam palavras de ordem.

Grupo de professores se reuniu na frente da Sede do Governo, em Manaus — Foto: Suelen Golçalves/G1 AM

"Temos defasagem de 25% de professores em sala de aula e concursos que não são feitos. O que temos são processos seletivos, mas para o setor público é exigido concurso público, e não processo seletivo, que é uma medida emergencial" aponta Lambert Melo, coordenador financeiro da Associação dos Professores de Manaus (Assprom).

A PM e a organização ainda não divulgaram a quantidade de manifestantes presentes no ato.

Por volta das 10h, os manifestantes pararam o trânsito no sentido bairro/Centro. O Manaustrans fez um desvio do trânsito para a Avenida Coronel Teixeira.

Professores chegaram a deitar no chão durante protesto em Manaus — Foto: Franciele Cardoso/Rede Amazônica

Centro

Um grupo de manifestantes se reuniu por volta das 9h30 na Praça da Polícia. A Av. Sete de Setembro chegou a ser bloqueada. A PM acompanha o ato. Segundo o tenente coronel Airton Norte, responsável pelo policiamento militar durante a manifestação, cerca de 120 pessoas participaram do ato durante a manhã.

Segundo um dos organizadores do ato, Marcus Libório, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), os manifestantes devem seguir da Praça da Polícia até a Praça do Congresso, durante o protesto, seguidos por um carro de som, onde membros de sindicatos e centrais sindicais devem falar sobre as reformas.

"Pretendemos ficar aqui o dia todo, mobilizando as categorias e mostrando para a população que estas reformas vem para prejudicar. Agora de manhã é movimento dos professores que estão mobilizados desde as 8h da manhã na praça. A partir das 11h, os trabalhadores de outros setores e sindicatos vão se juntar para fazer o ato", disse.

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), João Victor, esteve no local. Segundo ele, os estudantes também foram ao ato protestar contra a proposta da reforma do Ensino Médio. "Isto não dialoga com a realidade dos estudantes brasileiros, principalmente no quesito estrutura, pois tira matérias primordiais em nossa grade curricular como história e geografia e sociologia. Isso é primordial até para prestarmos o vestibular", disse.

Ato ocorreu na Avenida Sete de Setembro, em Manaus — Foto: Guilherme Fragas/Rede Amazônica

Por volta das 15h, grupos de todas as forças sindicais fizeram novo ato no Centro de Manaus. Eles se concentraram na Praça da Polícia. Cerca de 15 mil pessoas, de acordo com a organização. participam da manifestação. Segundo a PM, o ato atraiu 7 mil manifestantes.

Ato na Praça da Polícia, Centro de Manaus — Foto: Catiane Moura/Rede Amazônica

Segundo o Secretário De Organização Da CUT, Berenício Lima, as pessoas aderiram ao movimento e participaram do ato, nesta tarde contra as reformas. "Estamos mostrando aqui uma união pela luta por nossos direitos. Muitos trabalhadores pararam desde a madrugada e aderiram ao ato e estamos na luta", disse.

Ato reúne milhares de pessoas — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Para o presidente estadual da UGT, Antônio Mardônio, a manifestação mostra a insatisfação dos trabalhadores pelas consequências propostas pelas reformas da previdência e trabalhista.

"Nós não podemos aceitar o que está acontecendo. Essas reformas realmente prejudicam os trabalhadores e não aceitamos 12 horas de trabalho e se aposentar com no mínimo 25 anos, além da terceirização que precariza as relações de trabalho. Tudo isso chamou o povo para as ruas hoje. Não aceitamos mais der reprimidos", comentou Antônio.

Protesto no Centro de Manaus — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Os manifestantes saíram da Praça da Polícia por volta das 15h e caminharam pelas avenidas 7 de Setembro e Eduardo Ribeiro, até a Praça do Congresso, com cartazes e faixas com mensagens de protesto contra as reformas.

Segundo o tenente Airton Norte, responsável pelo policiamento militar durante a manifestação, mais de 550 policiais estiveram no local. Os manifestantes começaram a se dispersar no início da noite e, por volta das 18h30, o ato já havia encerrado.

Grupos protestam em Manaus — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Paralisação afeta trânsito na Avenida Constantino Nery, em Manaus

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