• Giuliana Viggiano *
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 (Foto: Reprodução Twitter)

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Está marcada para amanhã (28/04) uma greve geral contra a reforma da Previdência e trabalhista. As paralisações estão sendo organizadas pela CUT e pela Força Sindical; trabalhadores de diversas categorias e sindicatos vão parar.

A CUT é ligada ao PT e à Força Sindical presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD/SP), que defendeu o Impeachment de Dilma Rouseff e declarou apoio a Temer, mas ambas as organizações se uniram para a paralisação do dia 28. Isso porque as reformas afetam diretamente o eleitorado do partido do deputado.

Segundo o governo, as mudanças são necessárias para que a economia ganhe força, diminuindo a inflação e o desemprego. Propostas do tipo já foram apresentadas mais de uma vez, mas se tornaram foco em 2017, com Temer.

A oposição vê retrocessos em alterações que interferem no tempo de contribuição obrigatória e implantação de uma idade mínima para aposentadoria, além de questões como a jornada intermitente, as férias e a terceirização.

 (Foto: Reprodução Twitter)

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A paralisação ocorrerá na semana em que a reforma trabalhista foi colocada em votação (ontem, 26) e pouco depois das mudanças no texto final da reforma da Previdência. Muitos acreditam que a adesão da população à greve geral pode mudar o resultados das votações das propostas.

Como já é de costume, a internet se movimentou com os rumores da paralisação. A página do Movimento Brasil Livre (MBL) pediu para que seus seguidores não aderissem à greve, por verem um viés petista no movimento. Já páginas de oposição ao governo defenderam a manifestação dos trabalhadores.

Um dia antes da greve, já é possível perceber a polarização dos internautas que transformaram as hashtags #GreveNão e #EuApoioAGreveGeral nas mais comentadas do Twitter, tornando a movimentação em um embate ideológico.

Alguns dos twitteiros acreditam que a greve é necessária para preservar os direitos dos trabalhadores…

 (Foto: Reprodução)

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... Outros acham que a greve não adiantará nada ou acusam que só vai paralisar quem é "desinformado" ou “vagabundo”. 

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Mas, em meio à polarização, há quem reflita também para além dos partidos. 

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O dualismo é reflexo da crise política que acometeu o país nos últimos anos. Ainda no século 19, o pensador francês Gustave le Bon já havia atentado para esse tipo isso de comportamento bizarro, no qual as pessoas se unem em grupos, formando uma espécie de mentalidade única irracional – ou o que o escritor Nelson Rodrigues chamaria de “unanimidade burra”.

Na obra Psicologia das multidões, de 1895, Le Bon escreveu: “Nas grandes multidões, acumula-se a estupidez, em vez da inteligência. Na mentalidade coletiva, as aptidões intelectuais dos indivíduos e, consequentemente, suas personalidades se enfraquecem”.

É como se, ao se unir aos seus pares, as pessoas deixassem de usar a razão e passassem a deixar a emoção tomar conta, tornando-se presas fáceis de manipuladores. Segundo o historiador Jaime Pinsky, autor do livro Faces do fanatismo, o grande perigo das devoções extremas é a convicção inabalável. “A certeza da verdade do fanático não é resultante de uma reflexão ou de uma dedução intelectual”, diz o escritor. Leia mais sobre o assunto nesta reportagem da GALILEU

*Com supervisão de Nathan Fernandes.

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