Política República investigada

‘Time’ lista Temer como um dos 5 líderes mais impopulares do mundo

Presidente aparece ao lado de Maduro e premier da Malásia suspeito de desviar US$ 1 bi

Temer, nesta quinta-feira em Brasília: popularidade em baixa
Foto: UESLEI MARCELINO / Reuters
Temer, nesta quinta-feira em Brasília: popularidade em baixa Foto: UESLEI MARCELINO / Reuters

SÃO PAULO - O presidente Michel Temer aparece numa lista da versão online da revista americana “Time” como um dos cinco líderes menos populares do mundo. A revista até faz uma brincadeira dizendo que Temer, ao lado de nomes como o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, deixa o presidente americano, Donald Trump, “bem na fita”. ( TUDO SOBRE A "REPÚBLICA INVESTIGADA" )

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A revista lembra que, apesar dos escândalos recentes, o governo do republicano consegue ter cerca de 40% de aprovação entre os americanos — “acredite se quiser”, alfineta a “Time”.

Já Temer, Maduro, Razak e os outros dois nomes da lista, Jacob Zuma, presidente da África do Sul, e Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia, colecionam impopularidade.

“Seguir uma presidente que sofreu impeachment deveria ser fácil; o nível de exigência estava baixo. Mas o presidente brasileiro, cuja aprovação está em um dígito, descobriu que suceder a Dilma Rousseff não foi um passeio no parque”, diz a matéria, publicada no início desta semana.

A revista é famosa por listar anualmente as 100 pessoas mais influentes do mundo; lista em que, ironicamente, Dilma chegou a aparecer em 2011. O perfil de Dilma foi escrito pela atual presidente do Chile, Michelle Bachelet, para quem Dilma oferecia na época a “virtuosa combinação de sabedoria e convicção de que seu país necessita”.

Sobre Temer, agora diz:

“O político veterano agora se agarra ao cargo depois que gravações o mostraram aparentemente negociando pagamento de suborno para silenciar um colega político corrupto. Ele pode em breve ser o segundo presidente brasileiro consecutivo que sofre um impeachment, graças a ligações com o escândalo da Lava-Jato”, escreve a revista, que ainda lembra das dificuldades da economia brasileira.

A “Time” cita o autoritarismo de Maduro, as 800 acusações de corrupção enfrentadas por Zuma, o fato de US$ 1 bilhão ter parado em contas pessoais de Razak e as medidas impopulares de austeridade de Tsipras como determinantes para que esses líderes acompanhem Temer na lista.

O isolamento no palácio
Gabinete do presidente
Michel Temer
Assessores que saíram do governo
Chefe de Gabinete
1
Sala de reunião
2
Rodrigo Rocha Loures
3
Tadeu Filippelli
4
Sala de reunião
5
Sandro Mabel
6
José Yunes
7
1
2
3
4
5
6
7
Espelho
D’água
Rampa de acesso
As razÕes de cada um para deixar o planalto
Rodrigo Rocha Loures
Tadeu Filippeli
José
Yunes
Sandro
Mabel
Antes de reassumir o cargo de deputado federal, ocupava uma sala no terceiro andar do Palácio do Planalto. Foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil na delação da JBS
Ex-vice-governador do DF, foi preso na terça-feira sob suspeita de ter recebido propina de 4% em fases da obra do estádio Mané Garrincha
Amigo e assessor especial de Temer, pediu demissão do governo em dezembro. Em fevereiro, acusou o ministro Eliseu Padilha de tê-lo usado como "mula"
Pediu demissão ontem do cargo de assessor de Temer. Despachava no terceiro andar do Palácio. Segundo delatores da Odebrecht, teria recebido caixa 2 na campanha de 2010
O isolamento no palácio