Ela

Cantora da banda Pietá, Juliana Linhares diz que o melhor palco carioca é a rua

Há sete anos moradora do Rio, portiguar conta como sua relação com o Nordeste melhorou desde que se mudou
Vaivém. Cantora de Pietá, Juliana Linhares também é diretora de teatro Foto: Divulgação / Anna Clara Carvalho
Vaivém. Cantora de Pietá, Juliana Linhares também é diretora de teatro Foto: Divulgação / Anna Clara Carvalho

RIO - Potiguar que escolheu o Rio para morar, Juliana Linhares, a voz da banda Pietá, fala sobre como a sua relação com o Nordeste melhorou depois da mudança há sete anos e diz que a rua é a porta de entrada para os demais palcos. Cantora também divide a vida do microfone com o curso de teatro na Unirio, no qual está preparando duas peças.

Domingo é dia de quê?

Gosto de acordar tranquila e fazer coisas num tempo mais lento, distante. É dia de respirar com os amigos e renovar o ar. De cozinhar, ver teatro, ouvir música. Quando não sobra horário na semana, acaba sendo dia de ensaiar. É a vida.

Me conta uma história que diz muito sobre você.

Levei uma queda no carnaval vestida de Lisa Simpson e quebrei os dentes da frente. Minha mãe é dentista, imagina. Mas continuei pulando com os dentes pintados de preto. E aprendi que a gente deve sorrir até na hora da queda ( risos ).

Você nasceu no Rio Grande do Norte. Por que escolheu o Rio para viver?

Vim de Natal para estudar teatro. Quando cheguei, fiz aulas de canto. Não tinha pretensão de virar cantora, queria trabalhar a voz por um desejo ávido de estudar tudo. Aí, conheci Frederico Demarca e Rafael Lorga na Unirio, e a banda aconteceu. Cada coisa nova a ser desvendada foi me prendendo. Minha independência, minhas escolhas... Amadureci aqui. Também entendi muito mais o Nordeste e me apaixonei pela minha terra.

Uma saudade do Nordeste.

As fogueiras de São João.

O melhor palco carioca, qual é?

A rua. Me levou a todos os outros palcos: Sesc, Circo, teatros. Quero voltar a tocar mais na rua e ver para onde ela me leva.

O que vem depois de “Leve o que quiser” (primeiro disco da Pietá)?

Estamos preparando o segundo. Animados. Ando “mirabolando” um possível disco meu. E virão projetos de música em parceria com outros artistas, além da vida dupla de diretora teatral. Tenho duas peças no forno.

Você também escreve?

De vez em quando, sim. Chega uma hora em que tem coisa demais dentro da gente precisando sair. Também escrevo no avião. Tenho medo, aí me ajuda a concentrar em outra coisa.

Qual é trilha sonora do seu fim de semana?

Cada hora estou ouvindo uma coisa. Comecei a ouvir Daíra, que está fazendo um show com repertório do Belchior. Depois caí no disco “O pessoal do Ceará” e, Nordeste adentro, terminei ouvindo Marinês. Tem a trilha para o coração, para cantar junto e chorar: Gal, Gil e Milton.