BRASÍLIA — O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, ironizou nesta terça-feira a reclamação de centrais sindicais sobre o possível fim do Ministério do Trabalho na gestão de Jair Bolsonaro. Onyx, indicado como ministro da Casa Civil, afirmou que, se dependesse dos sindicatos, Bolsonaro não teria sido eleito e que o governo vai fazer "o que é melhor para o Brasil". Ele não confirmou, no entanto, se a pasta de fato vai ser extinta ou unida a outro órgão.
- Se dependesse das centrais sindicais brasileiras, o deputado Jair Bolsonaro não era presidente. Então, vamos fazer o que é melhor para o Brasil - disse Onyx, ao deixar o apartamento funcional de Bolsonaro em Brasília.
Em nota, a
Força Sindical considerou "nefasta"
a ideia de extinguir o ministério. Já CUT considera que a medida "levará a uma nova ofensiva de retirada de direitos e de precarização das relações de trabalho".
A possibilidade também desagradou técnicos da pasta. Integrantes do ministério já procuraram a equipe de transição para dizer que a medida é prejudicial. Além disso, a assessoria de imprensa do Ministério divulgou nota lembrando que ele completará 88 anos no próximo dia 26 e foi criado para equilibrar as relações entre empregadores e trabalhadores.
Auxiliares da equipe do presidente eleito, contudo, acreditam que o Ministério do Trabalho perdeu relevância e hoje tem como papel principal divulgar o resultado do mercado formal (Caged). Além disso, a pasta serviria como cabide de emprego e foco de corrupção, conforme revelou a Operação Registro Espúrio da Polícia Federal. As investigações mostraram que registros sindicais foram concedidos em troca de pagamento de propina para políticos.
Nesta terça, Onyx afirmou que o número de ministério que serão reduzidos não está definido, mas disse que o governo deverá ficar com 16 ou 17 pastas. Atualmente, são 29 ministérios.