Por G1 — Brasília


Michel Temer faz pronunciamento e diz que não vai renunciar

Michel Temer faz pronunciamento e diz que não vai renunciar

Saiba como o mundo político reagiu ao pronunciamento do presidente Michel Temer nesta quinta-feira (18) na qual o peemedebista informou que não renunciará à Presidência da República.

Temer fez um pronunciamento motivado pela delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS.

As delações já foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal. Nesta quinta, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, autorizou a abertura de inquérito para investigar o presidente.

Reportagem publicada no site do jornal "O Globo" nesta quarta (17) informou que Joesley entregou ao Ministério Público gravação de conversa na qual ele e Temer conversaram sobre a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato.

A veiculação da reportagem gerou reações imediatas no Congresso Nacional e parlamentares da oposição e também da base aliada passaram a defender a saída de Temer, por meio de renúncia ou impeachment.

Michel Temer durante o pronunciamento no Palácio do Planalto no qual afirmou que não vai renunciar — Foto: Evaristo Sa/AFP

Repercussão

Leia abaixo o que os políticos disseram sobre a decisão de Temer:

Alessandro Molon (Rede-RJ), deputado
"Cada dia que o Temer permanece à frente do país, vai aprofundar a crise econômica e a instabilidade política. [...] A insistencia de Temer de permancer agarrado no poder tem dois objetivos: primeiro, se proteger das consequências criminais que pesarão contra ele quando ele deixar a Presidência e, segundo, ganhar tempo para conduzir o Congresso a uma eleição indireta em que ele eleja o próximo presidente."

Álvaro Dias (PV-PR), senador
"A não renúncia tem o sentido da preservação desse guarda-chuva protetor do foro privilegiado. É ruim para o país, agrava a crise. São inevitáveis dois processos. O processo penal no Supremo e o processo de impeachment no Congresso Nacional. A nação continuará sangrando."

Arnaldo Jordy (PPS-PA), deputado
"Faltou grandeza ao presidente Michel Temer de renunciar e refazer o pacto na condução da crise econômica. O PPS está avaliando isso e deve desembarcar do governo."

Baleia Rossi (PMDB-SP), deputado
"A bancada do PMDB da Câmara confia na palavra do presidente da República, cujo governo tem feito um esforço enorme para tirar o País da crise econômica. No seu pronunciamento, o presidente Michel Temer defendeu a celeridade das investigações comandadas pelo Supremo Tribunal Federal e deixou claro que irá responder a todos os questionamentos. Neste momento, a Constituição Federal tem de ser nosso guia, a fim de garantir o funcionamento das instituições democráticas em favor do povo."

Carlos Zarattini (PT-SP), deputado
"Está comprovado o envolvimento do presidente da República em atos de obstrução da Justiça com o objetivo de afastar qualquer investigação e de eliminar a sua ligação com Eduardo Cunha. Agora, vem o presidente da República fazer um pronunciamento, sem nenhuma possibilidade de contestação da parte dos jornalistas, em que afirma que não vai renunciar. Se nega a colocar o seu cargo à disposição da nação. Um governo que não conseguiu estabelecer nenhuma melhoria para o povo brasileiro. Este presidente da República já passou da hora de ir embora."

Ciro Nogueira (PI), senador e presidente do PP
"Acerca dos últimos acontecimentos, o Partido Progressista defende um rápido esclarecimento dos fatos por parte da Justiça, para que o país volte o mais breve possível à normalidade e recupere sua estabilidade política e econômica. O PP reafirma o seu compromisso com o Brasil e acredita que as políticas adotadas pelo atual governo do presidente Michel Temer são necessárias para a retomada e consolidação do crescimento do nosso país."

Cristovam Buarque (PPS-DF), senador
"Temer vai passar uns dias em agonia e vai colocar o povo em agonia. Temer perdeu a oportunidade de fazer um discurso com menos retórica e mais gesto."

Darcísio Perondi (PMDB-RS), deputado
"Em nenhum momento [a base pediu a renúncia], o grupo está fechado. O presidente Temer está indignado e vai enfrentar. Em nenhum momento ele pensou em renúncia. O presidente está muito tranquilo. Esse empresário [Joesley] tentou falar com o presidente uns 60 dias e lhe foi negado. As audiências estão registradas. E em um fim de tarde ele descobriu o telefone do presidente e ligou. O presidente atendeu porque poucos têm o telefone dele e disse que ele podia ir ao Jaburu. E, aí, esse moleque gravou."

Glauber Braga (PSOL-RJ), deputado
"O depoimento que Temer acaba de dar traz uma enorme gravidade, porque, em primeiro lugar, ele diz que se encontrou com o empresário em agenda que não havia sido divulgada pela Presidência da República. [...] É insustentável a presença de Michel Temer à frente da Presidência."

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador
"O presidente da República faz um pronunciamento ofendendo o povo brasileiro, o Ministério Público e o Judiciário. E leva ao aprofundamento da crise. Não resta alternativa a nós congressistas e ao povo. Plantão no Congresso e nas ruas até o fim deste governo imoral."

Ronaldo Caiado (DEM-GO), senador
"O presidente Michel Temer decidiu desafiar a crise. Politicamente, ele já foi julgado. Não tem mais condições de governabilidade. Neste momento grave de crise, ele optou muito mais pela imunidade institucional do que pela realidade que passa o país, com mais de 14 milhões de desempregados [...]. O gesto que se esperava era a renúncia, para dar mais celeridade a uma solução para a crise. No momento em que ele resolve desafiar a crise, não existe outro instrumento que não seja trabalhar o processo de afastamento do presidente."

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