Duas em cada três casas foram reformadas ou construídas irregularmente em Osasco
Um levantamento feito pela Associação de Engenheiros e Arquitetos de Osasco estima que dois em cada três imóveis do município passaram por alguma obra sem a autorização dos órgãos responsáveis ou mesmo foram erguidos sem a supervisão de um profissional. Quem construiu foi um pedreiro ou o próprio dono da casa.
Há um mês, um sobrado de três andares caiu no município, e três imóveis foram afetados. Ninguém ficou ferido, mas três famílias precisaram ser removidas do local. O laudo com a causa do acidente está em fase final de conclusão. A prefeitura de Osasco disse que três das famílias desalojadas vão receber o bolsa-aluguel.
Os escombros da casa que caiu continuam no local e o desabamento foi no dia 21 de março. “Duas semanas. Não tem que suporta mais o mau cheiro que está ali. Vem daqui. Tem a geladeira, tem bastante coisa deles aí que está tudo soterrado. Ninguém tá tomando providência, então não sei como vai fazer”, disse a faxineira Maria Neusa da Silva.
O instalador Jairo Rogério da Silva, que morava na casa, disse que não recebeu ajuda da prefeitura. “Mesma coisa. Não mudou nada. Vieram aqui no dia que estava a reportagem aí, várias promessas e até agora nada. A gente está sem o tal do auxílio aluguel, só quer retirar o entulho, ninguém falou mais nada. A gente não sabe nem o que fazer, a gente tá sem saber o que fazer.”
O laudo que vai apontar o motivo da queda ainda não saiu. Uma das suspeitas é de problema estrutural na casa. Ela não tinha escritura nem planta. Uma prática que é comum nos bairros.
Leandro Azeredo Fogaça, presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Osasco diz que está conversando com a prefeitura para colocar em prática uma lei federal. "Ela assegura para famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social".
Angelo Melli, secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de Osasco, diz que depende de convênio com o governo Federal para obter os repasses da lei que financiariam o trabalho de engenheiros e arquitetos. E que enquanto a conversa com o Ministério das Cidades não avança, há um outro convênio também com o governo federal que mira famílias com até três salários mínimos.
“Cada família poderá receber até R$ 5 mil para fazer reformas na sua habitação e receberá também a assessoria técnica de engenheiro arquiteto que vai coordenar essas reformas, vai executar essas reformas e vai aprovar, regularizar aquele imóvel perante a prefeitura.”
O laudo que vai apontar a causa do desabamento ainda não ficou pronto. A prefeitura de Osasco disse que três das famílias desalojadas vão receber o bolsa aluguel.
O Ministério das Cidades informou que não há, para este ano, previsão de orçamento para processos seletivos.
Vídeo mostra desabamento de sobrado em Osasco