Por Victor Bonini, SP2


Duas em cada três casas foram reformadas ou construídas irregularmente em Osasco

Duas em cada três casas foram reformadas ou construídas irregularmente em Osasco

Um levantamento feito pela Associação de Engenheiros e Arquitetos de Osasco estima que dois em cada três imóveis do município passaram por alguma obra sem a autorização dos órgãos responsáveis ou mesmo foram erguidos sem a supervisão de um profissional. Quem construiu foi um pedreiro ou o próprio dono da casa.

Há um mês, um sobrado de três andares caiu no município, e três imóveis foram afetados. Ninguém ficou ferido, mas três famílias precisaram ser removidas do local. O laudo com a causa do acidente está em fase final de conclusão. A prefeitura de Osasco disse que três das famílias desalojadas vão receber o bolsa-aluguel.

Os escombros da casa que caiu continuam no local e o desabamento foi no dia 21 de março. “Duas semanas. Não tem que suporta mais o mau cheiro que está ali. Vem daqui. Tem a geladeira, tem bastante coisa deles aí que está tudo soterrado. Ninguém tá tomando providência, então não sei como vai fazer”, disse a faxineira Maria Neusa da Silva.

O instalador Jairo Rogério da Silva, que morava na casa, disse que não recebeu ajuda da prefeitura. “Mesma coisa. Não mudou nada. Vieram aqui no dia que estava a reportagem aí, várias promessas e até agora nada. A gente está sem o tal do auxílio aluguel, só quer retirar o entulho, ninguém falou mais nada. A gente não sabe nem o que fazer, a gente tá sem saber o que fazer.”

O laudo que vai apontar o motivo da queda ainda não saiu. Uma das suspeitas é de problema estrutural na casa. Ela não tinha escritura nem planta. Uma prática que é comum nos bairros.

Leandro Azeredo Fogaça, presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Osasco diz que está conversando com a prefeitura para colocar em prática uma lei federal. "Ela assegura para famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social".

Angelo Melli, secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de Osasco, diz que depende de convênio com o governo Federal para obter os repasses da lei que financiariam o trabalho de engenheiros e arquitetos. E que enquanto a conversa com o Ministério das Cidades não avança, há um outro convênio também com o governo federal que mira famílias com até três salários mínimos.

“Cada família poderá receber até R$ 5 mil para fazer reformas na sua habitação e receberá também a assessoria técnica de engenheiro arquiteto que vai coordenar essas reformas, vai executar essas reformas e vai aprovar, regularizar aquele imóvel perante a prefeitura.”

O laudo que vai apontar a causa do desabamento ainda não ficou pronto. A prefeitura de Osasco disse que três das famílias desalojadas vão receber o bolsa aluguel.

O Ministério das Cidades informou que não há, para este ano, previsão de orçamento para processos seletivos.

Vídeo mostra desabamento de sobrado em Osasco

Vídeo mostra desabamento de sobrado em Osasco

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