O empresário Wesley Batista disse em outro trecho da delação que, em 2014, o então governador do Ceará, Cid Gomes, pediu à JBS R$ 20 milhões em propina para financiar a campanha do sucessor dele ao governo do estado. Em troca, a empresa receberia valores devidos pelo governo do Ceará.
MPF: Em que pede ter sido pago via doação oficial, era uma propina?
Wesley: Era uma propina.
MPF: E o objetivo era para liberar um crédito que era devido?
Wesley: Que era legítimo nosso. O estado nos devia.
MPF: O crédito era de quanto?
Wesley: Chegou no final de 2014 nós tínhamos R$ 110 milhões de crédito que o estado tinha que nos pagar. O então governador Cid Gomes esteve no nosso escritório comigo e com Joesley, e fez uma solicitação de doação de campanha pra campanha do governador atual, que ia sucedê-lo. Não me recordo o nome. Se não me engano é Camilo, mas nós não estivemos com o Camilo. Quem pediu essa doação foi o governador Cid Gomes.
MPF: Camilo Santana, né?
Wesley: Camilo Santana, pronto.
O ex-governador do Ceará Cid Gomes afirmou que nunca recebeu um centavo sequer da JBS. O governador Camilo Santana disse que as informações que ele tem sobre as doações para a campanha é de que foram feitas de forma correta e dentro da lei.