Edição do dia 18/06/2017

18/06/2017 08h49 - Atualizado em 18/06/2017 08h49

União Europeia quer aumento no rigor da fiscalização da carne brasileira

Exigência partiu de uma avaliação, feita pelos europeus, da qualidade do produto exportado pelo Brasil.

Carolina DulleyBrasília, DF

A União Europeia quer mais rigor na fiscalização da carne brasileira. Um documento divulgado essa semana mostra a preocupação dos europeus com o controle sanitário no país.

Desde março, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, a União Europeia apertou o cerco para a entrada de carne brasileira em países do bloco. A fiscalização foi reforçada. A checagem agora inclui controles em 100% dos lotes brasileiros de origem animal.

 Um documento, analisado durante uma reunião de ministros da Agricultura da União Europeia na segunda-feira (12), revela que desde a Operação Carne Fraca, em 17 de março, até o fim de maio quase 4,5 mil lotes foram submetidos a testes. E foram rejeitados 108 lotes que incluiam frango, boi e cavalo.

Em maio, um comissário da União Europeia se reuniu com representantes do Ministério da Agricultura e fez uma auditoria para avaliar o funcionamento do controle sanitário no país. O resultado levantou importantes preocupações, que incluem a falta de atuação para corrigir as deficiências encontradas em auditorias anteriores.

O documento diz ainda que, diante da fraude da carne e do impacto na credibilidade da fiscalização, são necessárias ações urgentes das autoridades brasileiras.

 

O mesmo documento critica a atuação do ministério para corrigir as deficiências encontradas a partir das denúncias da Operação Carne Fraca e cobra ações urgentes para recuperar a credibilidade na fiscalização.

Em carta encaminhada ao ministro Blario Maggi, a União Europeia pede a exclusão de todos os abatedouros de cavalos habilitados a exportar para países do bloco, a suspensão dos pedidos de inclusão de novos frigoríficos para exportação e a criação de controle microbiológico de 100% da carne de frango para detectar a presença de salmonela.

O ministro da Agricultura está em viagem oficial na China. Eumar Novack, que responde interinamente pela pasta, disse que até o fim do mês todas as respostas serão encaminhadas a União Europeia. Para ele, o número de amostras contaminadas é pequeno e está dentro do aceitável pelo mercado externo. O ministro interino acredita que a carta mostra uma disputa de mercado entre o bloco europeu e o Brasil.

A Associação Brasileira de Proteína Animal informou que a quantidade de desvios notificados pela União Europeia segue padrões considerados aceitáveis pelos países produtores de aves.

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