Por G1 SP — São Paulo


Moradores e comerciantes falam das mudanças na região da Cracolândia

Moradores e comerciantes falam das mudanças na região da Cracolândia

Um usuário de drogas de 18 anos, que desde a ação policial de domingo (21) migra de uma rua para outra na região da Cracoândia, afirma que sonha em largar o vício. O jovem de nome Caíque disse ao Bom Dia São Paulo que é usuário há três anos e que, se pudesse pedir algo, desejaria parar de se drogar.

“Falam que vício não tem cura. O que eu pediria é difícil, mas seria isso”, afirma Caíque, que se locomove com ajuda de uma cadeira de rodas.

O jovem conta que tem casa e que sua mãe pede constantemente para que ele volte a morar normalmente em sua residência. “Eu tenho moradia, mas tenho problema com droga e fico fora de casa. Minha mãe quer que eu volte, mas eu volto e saio, volto e saio”.

Caíque já tentou deixar a droga se internando, mas afirma que tem recaídas e não consegue abandonar o vício.

Ele conta ainda que dentro do fluxo de usuários da Cracolândia há perfis de todos os tipos. “Tem pilantra, tem todo tipo de pessoa, tem até pessoa rica que vai lá pegar a droga e sai fora”, conta.

Jovem já se internou, mas não conseguiu abandonar o vício — Foto: Reprodução/TV Globo

Comércio

A migração de usuários após a ação policial de domingo na Cracolândia afetou outras regiões do Centro de São Paulo. Os usuários passaram a frequentar áreas como a Praça Princesa Isabel. Comércios da Avenida Rio Branco contam que sentiram o impacto e que o movimento caiu, já que os clientes evitam passar pela região com medo de assaltos.

Uma pizzaria localizada na Avenida perdeu 60% do movimento. A dona, Verônica Araújo, afirma que é preciso fechar as portas com frequência quando há presença de usuários. “A gente abre às 18h, fica fechado. Depois abrimos as portas às 19h, mas quando eles descem, a gente fecha”, diz.

A atendente de um bar conta que o comércio vende muito pouco desde domingo. “Hoje a gente não vendeu nada, nem ontem”, conta Érica Toscano. O patrão dela diz que é preciso aguardar porque “não deve durar muito tempo”.

Ação desastrada

A Prefeitura de São Paulo admitiu que funcionários não perceberam que havia pessoas num imóvel que foi parcialmente demolido na Cracolândia nesta terça-feira (23). Três pessoas ficaram levemente feridas.

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