Reuters

30/09/2016 10h24 - Atualizado em 30/09/2016 10h24

Astro de 'Birth of a nation' diz que não se desculpará sobre caso de estupro

'Eu fui falsamente acusado', afirmou Nate Parker em entrevista na CBS News.
Ator e diretor foi acusado há 17 anos por mulher que se suicidou em 2012.

Da Reuters

O americano Nate Parker, diretor, ator e produtor de 'The birth of a nation', recebe o prêmio no Festival de Sundance 2016, anunciado neste sábado (30) (Foto: Chris Pizzello/Invision/AP)O americano Nate Parker, diretor, ator e produtor de 'The birth of a nation', recebe prêmio no Festival de Sundance 2016 (Foto: Chris Pizzello/Invision/AP)

Nate Parker, diretor e astro de “The birth of a nation”, novo drama sobre escravidão, disse que não irá pedir desculpas por conta de uma acusação de estupro feita há 17 anos, que tem desviado a atenção de seu filme, já apontado com um favorito ao Oscar.

O cineasta afirmou a Anderson Cooper, numa entrevista que será transmitida no domingo (2) no “60 minutes”, da CBS News, que ele foi absolvido no julgamento em 2001 do caso de estupro e pediu que as pessoas olhem para além do episódio e foquem o filme.

“Eu fui falsamente acusado. Eu fui ao tribunal. Eu me sinto terrível por essa mulher não estar aqui. A família dela teve que lidar com isso, mas, sentado aqui, uma desculpa é não", disse, ao ser perguntado se deveria se desculpar por algo, segundo trechos da entrevista divulgados nesta quinta (29).

Armie Hammer (à esquerda) e Nate Parker em cena de 'The birth of a nation' (Foto: Elliot Davis/Instituto Sundance via AP)Armie Hammer (à esq.) e Nate Parker em cena de
'The birth of a nation' (Foto: Elliot Davis/Instituto
Sundance via AP)

Controvérsia
"The birth of a nation", baseado em eventos verdadeiros sobre a condução pelo líder abolicionista Nat Turner de uma rebelião pela libertação de escravos na Virgínia em 1831, conquistou o público no Festival de Sundance em janeiro e foi visto como um forte candidato ao Oscar do ano que vem.

Mas a controvérsia sobre o caso de estupro tem potencial para afetar a comercialização do filme e comprometer seu apelo na temporada de premiações.

O roteirista do filme, Jean McGianni Celestin, também foi acusado no caso. Em 1999, ele foi condenado e Parker absolvido.

A universidade de Pennsylvania State, onde teria ocorrido o episódio, foi apontada por outros alunos como negligente com a vítima. Por outro lado, Parker e Celestin se disseram alvo de racismo e alegaram que a relação com a mulher foi consensual.

Parker se transferiu para a Universidade de Oklahoma mesmo após ser absolvido. Celestin chegou a ganhar o direito de um novo julgamento em 2005, mas o caso nunca voltou ao tribunal.

A mulher que acusou os dois cometeu suicídio em 2012. Sharon Loeffler, sua irmã, escreveu na revista "Variety" nesta quinta que ela poderia “somente imaginar a dor que a irmã estaria sentindo agora vendo Nate Parker promovendo o seu novo filme”.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de