Política

Alegando que precisa cuidar de parentes, irmã de Aécio Neves pede revogação de prisão preventiva

Defesa diz que situação é semelhante à de Roberta Funaro, que cumpre prisão domiciliar
A irmã do senador Aécio Neves (PSDB), Andrea Neves, já está dentro do complexo penitenciário Estevão Pinto, no bairro Horto, na região Leste de Belo Horizonte. Foto: Reprodução
A irmã do senador Aécio Neves (PSDB), Andrea Neves, já está dentro do complexo penitenciário Estevão Pinto, no bairro Horto, na região Leste de Belo Horizonte. Foto: Reprodução

RIO — A defesa de Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), voltou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação de sua prisão preventiva e a conversão da mesma para medidas alternativas. O advogado de Andrea argumenta que a jornalista é acusada de uma única conduta delituosa, o que afasta a hipótese de reiteração. Andrea foi denunciada por ter, segundo a Procuradoria-Geral da República, pedido a Joesley batista, dono da JBS, R$ 2 milhões em nome de Aécio.

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Assim como fizeram os advogados de Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro, acusado de ser cúmplice do ex-deputado cassado Eduardo Cunha, a defesa de Andrea recorre à situação de familiares doentes para sustentar o pedido. Alegando que sua mãe, idosa, está doente e internada e que sua filha de 3 anos precisa dela em casa, Roberta, que estavam em regime fechado, ganhou o benefício da prisão domicilar.

"Como filha mais velha, sempre que possível, auxilia no Rio sua mãe Inês Maria Tolentino Neves Faria (de cerca de 80 anos) a cuidar de sua irmã mais nova Angela, que teve AVC (acidente vascular cerebral), e possui um filho menor. Em situação assemelhada à da Requerente, o Relator anterior desta Ação Cautelar, Ministro Edson Fachin, em decisão monocrática, concedeu domiciliar para a Srª Roberta Funaro."

O advogado Marcelo Leonardo sustenta que na denúncia encaminhada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo foram pedidas novas investigações contra Aécio e outras envolvidos, mas que não há nenhum novo pedido de investigação em relação a Andrea.

"Não há imputação de nenhuma outra conduta contra a requerente, o que afasta a suposição de que, de sua parte, pudesse haver “reiteração delituosa”. Ademais a defesa de ANDREA já juntou aos autos da AC 4327 todas as certidões criminais negativas e demais documentos, que demonstram ser a mesma primária e de bons antecedentes, com profissão definida (jornalista) e lícita e residência fixa (condições pessoais favoráveis à liberdade)."

A defesa de Andrea Neves havia pedido no dia 23 de maio ao STF a revogação de sua prisão preventiva. Ela foi presa no dia 18 de maio em razão da delação de executivos do frigorífico JBS. O advogado Marcelo Leonardo, que a defende, argumenta que ela não tem participação nos supostos crimes e joga a responsabilidade para cima do irmão dela.