Rio

Miliciano acusado de fornecer armas ao grupo trabalhou três anos na Alerj

RIO - Preso e denunciado como o fornecedor de armas para uma milícia que atuava em Jacarepaguá, desarticulada na quarta-feira pela Operação Tríade , Evaristo da Silva Alves já trabalhou por duas vezes na Assembleia Legislativa (Alerj). A última passagem de Evaristo pela casa foi entre agosto de 2004 e outubro de 2006, quando o miliciano ficou lotado na Procuradoria-Geral.

FOTOGALERIA : Veja fotos da operação da Draco

Antes disso, seu primeiro emprego na Alerj foi em 1997. Ele era lotado no gabinete do então deputado Cosme Salles, onde permaneceu até o ano seguinte.

Presidente da casa entre 2003 e 2010, Jorge Picciani informou, por meio de sua assessoria, que demitiu Evaristo depois de saber que ele cometeu irregularidades no exercício de um cargo de confiança. Picciani, porém, alegou não se lembrar que irregularidades teriam sido essas e disse sequer conhecer Evaristo.

Em sua passagem pela Alerj, Evaristo ganhava cerca de R$ 1.300 brutos. De acordo com as investigações da Delegacia de repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e do Grupo Especial de Combate ao Crime organizado (Gaeco) do MP, a milícia para a qual ele fornecia armas, que teve outros 15 indiciados, funcionava desde 1998 e faturava R$ 200 mil por mês. Os milicianos cobravam taxa até sobre água, loteavam terrenos, exploravam caça-níqueis e são acusados também de homicídios e estupros.

Cosme Salles, que foi prefeito de Itaboraí, não foi encontrado para comentar a contratação de Evaristo.

Na quinta-feira, parte dos 14 presos foi ouvida pela Polícia Civil. Continuam foragidos Sérgio Augusto Ferreira e o militar da Aeronáutica Edezio Réboli do Nascimento.