Mundo

Suécia arquiva investigação de estupro contra Julian Assange

Mas Reino Unido vai prender fundador do Wikileaks se ele deixar embaixada
Em 2010, Assange fala durante entrevista coletiva em Londres Foto: Lennart Preiss / AP
Em 2010, Assange fala durante entrevista coletiva em Londres Foto: Lennart Preiss / AP

ESTOCOLMO — A promotoria sueca anunciou nesta sexta-feira o arquivamento de uma investigação contra Julian Assange, fundador do WikiLeaks — site que divulga documentos governamentais e de empresas recebidos anonimamente —, a respeito da acusão de estupro contra ele que perdurou por quase sete anos.  No entanto, se ele deixar a Embaixada do Equador em Londres, onde está asilado desde 2012, a polícia britânica advertiu que poderá prendê-lo por violação de sua liberdade condicional.

Em um comunicado, a polícia britânica explicou que há uma ordem judicial de prisão contra Assange pelo seu não comparecimento ante o tribunal de Westminster quando foi convocado em 2012.

"A Corte de Magistrados de Westminster emitiu um mandado de prisão para Julian Assange depois que ele se recusou a comparecer ao tribunal em 29 de junho de 2012", disse a polícia. "O Serviço Metropolitano de Polícia é obrigado a cumprir esse mandado caso ele deixe a embaixada".

Em contrapartida, o governo do Equador pediu ao Reino Unido que conceda salvo-conduto a Assange, para que possa se dirigir da embaixada equatoriana ao país sul-americano em segurança. O chanceler Guillaume Long disse que o Reino Unido deveria facilitar a saída segura de Assange pelas redes sociais:

"A ordem de prisão europeia não é mais válida. O Reino Unido deve facilitar agora a saída segura de Julian Assange", escreveu o diplomata no Twitter.

O ex-hacker australiano, que sempre negou as acusações apresentadas contra ele pela Suécia, denunciou uma manobra para ser extraditado posteriormente aos Estados Unidos, que se nega a confirmar se tem um processo aberto contra ele por um dos maiores vazamentos de informações da História dos Estados Unidos.

O arquivamento do caso pela promotoria sueca foi comemorado pelo advogado de Assange:

"Estamos esperando muito tempo por esta decisão", disse Christophe Marchand à AFP. "Julian Assange tem sido vítima de um enerme abuso processual. Estamos satisfeitos e emocionados porque isto significa o fim de seu pesadelo".

O Ministério Público sueco anunciou nesta sexta-feira o arquivamento da investigação de uma acusação de estupro contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, uma medida que encerra uma saga judicial iniciada em 2010. Mas a polícia britânica anunciou que vai deter o australiano, se ele abandonar a embaixada equatoriana em Londres por violar sua liberdade condicional quando se refugiou no local.
O Ministério Público sueco anunciou nesta sexta-feira o arquivamento da investigação de uma acusação de estupro contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, uma medida que encerra uma saga judicial iniciada em 2010. Mas a polícia britânica anunciou que vai deter o australiano, se ele abandonar a embaixada equatoriana em Londres por violar sua liberdade condicional quando se refugiou no local.

Para outro advogado de Assange, Per Samuelson, a decisão representa uma "vitória completa".

"A investigação preliminar foi arquivada e a ordem de detenção foi retirada e, do ponto de vista da Suécia, isto agora terminou", afirmou Samuelson à agência de notícias Reuters.

A promotora pública sueca Marianne Ny decidiu interromper a investigação devido às dificuldades do procedimento uma vez que Assange está exilado na embaixada, mas o processo pode ser reaberto se ele retornar à Suécia antes do fim do prazo de prescrição até 2020.

"Nós fizemos o que podíamos. Conduzimos essa investigação como qualquer outra relacionada a crimes sexuais e usamos todos os meios legais à nossa disposição. O tempo tem sido um fator. O procedimento foi aberto em 2010. Não podemos continuar", concluiu Marianne Ny.

"Detido por sete anos sem acusação enquanto meus filhos cresceram e meu nome foi caluniado. Eu não perdoo nem esqueço", escreveu Assange em seu perfil no Twitter.

O australiano de 45 anos buscou refúgio na embaixada do Equador em Londres em 2012 para evitar a extradição para a Suécia, onde responderia pela acusação de supostos delitos sexuais apresentada por duas mulheres, dos quais ele nega ter cometido. Desde então, Assange está no local, por temer ser extreditado aos Estados Unidos caso fosse preso.

Em abril, autoridades dos Estados Unidos anunciaram preparar acusações para prender Assange . A investigação do Departamento de Justiça sobre Julian Assange e o WikiLeaks está aberta desde quando o site ganhou ampla atenção, após publicar milhares de documentos secretos militares e diplomáticos americanos vazados pela ex-analista de Inteligência do Exército dos EUA Chelsea Manning, libertada na quinta-feira após sete anos na prisão.

Assange diz temer ser entregue pela Suécia aos Estados Unidos para enfrentar acusações pela publicação dos documentos. O procurador-geral americano, Jeff Sessions, disse em abril passado que prender o fundador do Wikileaks era "uma prioridade".