Segundo a polícia, o travesti deu um prejuízo de mais de R$ 5 mil a um dos homens que foram vítimas em Presidente Prudente. Através de uma máquina de cartão, ele causou um desfalque de R$ 3,5 mil à vítima e ainda roubou uma corrente de ouro, avaliada em R$ 1,5 mil, e R$ 400 em dinheiro que o cliente carregava na carteira. O travesti e esta vítima, um empresário de 32 anos, nem chegaram a se relacionar sexualmente, já que a abordagem criminosa ocorreu antes de efetivado o programa que havia sido combinado. No entanto, segundo a polícia, o empresário reconheceu "sem hesitação" o criminoso que acabou preso.

As investigações prosseguem com o objetivo de identificar outras vítimas do criminoso, que foi encaminhado a uma cela especial da Cadeia Feminina de Dracena. A Polícia Civil obteve na Justiça um mandado de prisão temporária contra o travesti, por cinco dias, prorrogáveis por igual período. Depois disso, a polícia pedirá à Justiça a conversão da medida em prisão preventiva, para que o investigado continue detido até o desfecho do processo.

O delegado Pablo Rodrigo França explicou ao G1 que o travesti combinava programas sexuais com os clientes através de um site de relacionamentos na internet no qual anunciava, inclusive com fotos, os seus serviços.

Para ameaçar os clientes, o travesti guardava em arquivos de imagem as telas do computador que mostravam a negociação com os homens. Além disso, segundo o delegado, o travesti ainda filmava e fotografava as vítimas, através de "selfies", nos locais em que haviam combinado o programa sexual. Ainda para ameaçar as vítimas, o travesti se armava de uma faca.

França contou ao G1 que ainda não dá para quantificar o número de vítimas em Presidente Prudente. No entanto, as investigações indicaram que o travesti cometeu os mesmos tipos de crimes em pelo menos outros três estados: Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Somente em Presidente Prudente, o site de acompanhantes no qual o travesti anunciava os programas sexuais que supostamente se propunha a realizar teve mais de mil visitações.

"As vítimas que quiserem poderão nos procurar na sede da DIG que lhes atenderemos com a máxima discrição para juntarmos mais provas ao inquérito", explicou o delegado ao G1.

Ainda segundo França, o travesti, que é natural do Rio de Janeiro (RJ), permanecia por uma temporada em cada cidade pela qual passava e já estava prestes a ir embora de Presidente Prudente, onde tinha chegado havia cerca de dez dias. Ele se negou a informar à polícia o local onde estava hospedado na cidade.

Os codinomes usados pelo travesti também mudavam de acordo com a cidade, segundo França. Em Presidente Prudente, ele usava, entre outros, o apelido de “Manu Gaúcha”. Mas seu nome verdadeiro é Iago de Souza Pilar.

No anúncio na internet, o travesti se identificava como “a Rainha do gozo farto” e dizia que fazia uma “curta temporada” pelo interior do Estado de São Paulo, “atendendo a pedidos de inúmeros clientes”. Ele se dirigia a “clientes de alto nível e bom gosto” e se descrevia como “trans ativa e passiva” para proporcionar “momentos maravilhosos”, “super carinhosa” e pronta para “dar prazer”. Ainda dizia na publicação contar com "22cm de dote" e ter 20 anos de idade.