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Trump apoia controle de antecedentes na venda de armas, diz Casa Branca

Massacre na Flórida reacendeu debate sobre venda de rifles e fuzis no país
Donald Trump e Scott Israel, investigador-chefe do massacre na Flórida Foto: JIM WATSON / AFP
Donald Trump e Scott Israel, investigador-chefe do massacre na Flórida Foto: JIM WATSON / AFP

WASHINGTON — A Casa Branca informou, nesta segunda-feira, que o presidente americano Donald Trump respalda os esforços para melhorar os controles federais de antecedentes para a compra de armas. A confirmação da iniciativa do republicano no tema chega dias depois de mais um massacre no país, que, a exemplo de ocorrências semelhantes no passado, levantaram o debate nacional sobre a violência armada e as regras de venda de rifles e fuzis.

Na última quarta-feira, Nikolas Cruz, de 19 anos, abriu fogo nos corredores da Marjory Stoneman Douglas, na Flórida, da qual havia sido expulso, e deixou 17 mortos. Depois do massacre, pais de alunos e estudantes pressionaram o governo pelo endurecimento das regras do comércio de armas. O atirador, por exemplo, havia adquirido a sua AR-15 legalmente, apesar do histórico de investigações policiais e de publicações de conteúdo violento nas redes. O próprio FBI, o escritório federal de investigação e inteligência dos Estados Unidos, admitiu que falhou em detê-lo antes do ataque.

Na esteira do massacre, atribuído por Trump a uma "perturbação mental" de Cruz, o presidente conversou com o senador John Cornyn sobre um projeto de lei bipartidário que propõe ratificar e melhorar as checagens de antecedentes dos clientes antes da negociação de armas. A proposta partiu de Cornyn e de um democrata, Chris Murphy.

Nikolas Cruz, responsável pela morte de 17 pessoas na escola Marjory Stoneman Douglas em Parkland, Flórida Foto: HANDOUT / REUTERS
Nikolas Cruz, responsável pela morte de 17 pessoas na escola Marjory Stoneman Douglas em Parkland, Flórida Foto: HANDOUT / REUTERS

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, sustentou em comunicado à imprensa que "o presidente respalda os esforços para melhorar o sistema de controle de antecedentes". Mesmo pressionado, Trump até então fazia questão de desvincular os ataques armados da venda de armamento. O direito a manter e portar armas é assegurado na Segunda Emenda à Constituição americana e é ponto de constante polêmica e divisão na sociedade e na política do país.

Cornyn e Murphy apresentaram o projeto em novembro, dias depois de um homem armado, identificado como Devin Patrick Kelley, matar 26 pessoas em uma igreja do Texas . Na prática, a proposta bipartidária não altera a legislação da venda das armas, apenas assegura que as agências estaduais e federais cumpram as regras existentes para reportar o histórico criminal de antecedentes em escala nacional.

Na ocasião do ataque de Kelley, os investigadores descobriram que as Forças Armadas do país falharam em reportar às demais autoridades que o americano havia sido expulso da Força Aérea. Acusado de agredir a mulher e o filho, ele teria negada a compra de armas pelo histórico violento. Em função do erro, ele conseguiu adquirir o armamento para o massacre.

Kelley foi condenado por corte marcial após caso de agressão conjugal quando era da Força Aérea Foto: - / AFP
Kelley foi condenado por corte marcial após caso de agressão conjugal quando era da Força Aérea Foto: - / AFP