• Giuliana Viggiano e Júlio Viana*
Atualizado em
 (Foto: Flickr/Janafalk/Creative Commons)

(Foto: Flickr/Janafalk/Creative Commons)

Quando o assunto é literatura feminina no Brasil, os primeiros nomes que vêm à mente podem ser os de Clarice Lispector, Cecília Meireles, Lygia Fagundes Telles ou Rachel de Queiroz. Muitas das autoras dos anos mais recentes ainda são pouco conhecidas, embora já tenham publicado obras excelentes.

Pensando nisso, a GALILEU escolheu 14 livros contemporâneos que podem te ajudar a conhecer talentos das novas gerações.

Noites de Alface, de Vanessa Barbara (Objetiva)
Este romance conta a história de Otto, que fica viúvo após 50 anos casado com Ada. Vivendo o luto, o senhorzinho começa a pensar no passado e a conversar com a vizinhança. A cada dia Otto desconfia mais e mais que há um mistério que os vizinhos tentam esconder e, baseado nas séries policiais que adora, vai atrás de mais pistas.

Depois a Louca Sou Eu, de Tati Bernardi (Companhia das Letras)
Com muito humor, a escritora e roteirista conta como lida com a ansiedade e outros problemas da vida moderna. Sua história real se confunde com as de seus namorados e amigos, fazendo com que qualquer pessoa com ansiedade se identifique pelo menos um pouquinho com as situações hilárias apresentadas nas 144 páginas.

Opisanie Swiata, de Veronica Stigger (Cosac Naify)
O primeiro romance da escritora narra a história do polonês Opalka, que descobre um filho brasileiro que está internado em estado grave na Amazônia e decide ir visitá-lo. Em sua jornada, terá a companhia de Bopp, turista brasileiro que larga a viagem pela Europa para ajudá-lo. O mais interessante é que o livro compreende diferentes gêneros literários: carta, relato e até fragmentos de documentos da década de 1930, período em que se passa a narrativa.

Sinfonia em Branco, de Adriana Lisboa (Alfaguara)
A obra conta a história das irmãs Clarice e Maria Inês, filhas de um fazendeiro do Rio de Janeiro fadadas a viverem uma vida pré-determinada. O livro explora os horrores e a sensibilidade da vida e o caminho traçado pelas irmãs para superar o passado.

Olhos d’Água, de Conceição Evaristo (Editora Pallas)
Este livro foi ganhador do Prêmio Jabuti de 2015 na categoria de contos e crônicas. Sem meias-palavras, Evaristo se volta à história dos negros no Brasil para destacar a pobreza e a violência que sofrem os afro-brasileiros.

Rua da Padaria, de Bruna Beber (Record)
Esta obra da poeta Bruna Beber conta histórias de sua infância e adolescência na Baixada Fluminense, quando brincava e conversava com as pessoas de sua rua. A obra tem um tom nostálgico apesar da pouca idade da autora, só 33 anos.

As Águas-vivas Não Sabem de si, de Aline Valek (Rocco)
A protagonista, Corina, faz parte de uma equipe de pesquisas de trajes para serem utilizados no fundo do mar. Em uma de suas expedições, a garota embarca com mais quatro pessoas e é obrigada a conviver com os próprios dilemas e os dilemas dos outros. É uma história sobre solidão, sobre ouvir o outro e sobre estar cercado por diversas outras vozes.

Luzes de Emergência se Acenderão Automaticamente, de Luisa Geisler (Alfaguara)
Nesta linda e dramática obra, Geisler conta a história de Henrique, que mora em Porto Alegre e leva uma vida normal até seu melhor amigo, Gabriel, sofre um acidente banal dentro de casa e é internado em coma. Com esperança de que o garoto um dia melhore, mesmo os médicos falando que só resta esperar, Henrique começa a escrever cartas para o amigo.

Um Útero É do Tamanho de um Punho, de Angélica Freitas (Cosac Naify)
Em seu segundo livro de poesia, Freitas transita entre a seriedade e o humor para falar sobre a figura da mulher e do feminino no mundo, a forma que foram construídos e como se desconstroem incessantemente.

O Livro das Semelhanças, de Ana Martins Marques (Companhia das Letras)
Também poeta, Marques escreve, em sua terceira obra, poemas sobre a tentativa de mover e mudar o mundo por meio de palavras. A autora fala do mundo diretamente e faz isso de forma iluminadora e sensível.

A Chave de Casa, de Tatiane Salem Levy (Record)
Um pouco autobiográfico, o livro conta a história de uma garota descendente de judeus turcos. Na narrativa, a menina recebe do avô a chave da casa da família em Esmirna, na Turquia, onde deve buscar suas origens.

Pó de Parede, de Carol Bensimon (Não Editora)
Neste livro, Bensimon conta com muito sarcasmo e delicadeza três histórias sobre a juventude. Em uma Alice volta à casa onde cresceu e revive a tragédia de sua vida; em outra, as irmãs Lina e Titi têm a vida profundamente abalada por uma obra misteriosa; na última, Clara é uma futura escritora e viaja para um hotel na serra.

Carvão Animal, de Ana Paula Maia (Record)
O romance conta a história de dois irmãos, o bombeiro Ernesto Wesley e o funcionário de um crematório Ronivon. Durante toda a narrativa, uma tragédia do passado vai persegui-los, além de uma inevitável relação com o fogo. O livro acompanha, com muito sangue e muita violência, uma história que tira o ar do leitor a cada página.

O Que Deu para Fazer em Matéria de História de Amor, de Elvira Vigna (Companhia das Letras)
É uma história que pode ser vista sob duas óticas: um romance ou um assassinato. Intercalando a vida de um casal que já morreu com a da própria narradora, a autora constrói de forma fantástica o que pode ser um conto de amor ou suspense — ou até os dois juntos.

Leia mais
+ 8 motivos científicos que provam que ler faz bem para você
+ 12 livros para ler na adolescência segundo leitores da GALILEU

*Com supervisão de Giuliana de Toledo.